A inteligência artificial (IA) vem se tornando um elemento transformador nos negócios do esporte como uma ferramenta capaz de otimizar processos e abrir novas frentes de receita. Essa é a visão de Mauro Corrêa, sócio-fundador da Golden Goal e sócio do Grupo Sisu, que já percebeu um “tsunami” de mudanças impulsionado pela tecnologia.
Um dos principais campos de aplicação é a hospitalidade, onde a IA pode personalizar experiências e aumentar o engajamento dos fãs. Além disso, a tecnologia ainda é considerada importante para tratar e analisar o grande volume de dados gerados no esporte, algo que é subaproveitado no Brasil e que pode ser um fator-chave para o futuro da indústria.
Se o mercado esportivo tem uma grande quantidade de dados disponíveis, a inteligência artificial é a chave para dar sentido e trazer mais resultados a partir dessa “matéria-prima”. Mauro Corrêa comentou que, hoje, ainda se faz pouco com aquilo que a indústria tem de dados, e que a capacidade de integrá-los e analisá-los de forma inteligente será o grande motor do crescimento nos próximos anos.
“A gente não acredita na inteligência artificial como uma ameaça. Nós vemos a inteligência artificial como uma ferramenta que vamos nos apropriar para fazer melhor o que a gente já fazia. Talvez, nas atividades mais básicas a gente vai colocar a IA, e nas mais sofisticadas poderemos dedicar o nosso time de inteligência para desenvolver”, analisou o executivo, durante participação no Maquinistas, o podcast da Máquina do Esporte.
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O tratamento individualizado do fã é um dos maiores desafios e que gera diversas oportunidades. O executivo ressaltou que é preciso entender cada torcedor, seus hábitos de consumo e sua jornada de engajamento para oferecer experiências personalizadas. A IA pode conectar informações de diferentes fontes, como a frequência com que um torcedor compra ingressos ou consome produtos oficiais, para criar um perfil detalhado.
Com esses dados, é possível ir além da simples venda e construir um relacionamento mais profundo e lucrativo. Além disso, o impacto da IA também se estende à relação entre torcedores e patrocinadores. A tecnologia pode ajudar a identificar e atrair empresas que, tradicionalmente, não se associam ao esporte, mas que se beneficiariam do acesso a um público altamente engajado e com um perfil de consumo detalhado.
Isso abriria as portas para novos modelos de patrocínio, baseados em dados e resultados, e não apenas na visibilidade da marca. Com o tempo, a tendência é de que esses patrocínios digitais se tornem cada vez mais lucrativos e complexos.
O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Mauro Corrêa, sócio-fundador da Golden Goal e sócio do Grupo Sisu, está disponível no canal da Máquina do Esporte no YouTube: