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Como os clubes brasileiros continuam dominando o futebol mundial

Cada vez mais, os clubes brasileiros vêm conquistando e reafirmando seu espaço internacional para além da revelação de atletas

Jogadores do Botafogo comemoram gol marcado contra o Estudiantes em partida válida pela Libertadores 2025 - Vítor Silva / Botafogo

De Pelé e Garrincha a Neymar e Vinicius Junior, o Brasil tem sido palco de verdadeiras lendas do futebol. Historicamente, futebol brasileiro e talento, criatividade e paixão são sinônimos – e assim somos conhecidos mundialmente.

Mas essa supremacia não se restringe apenas a sermos um celeiro de craques. Cada vez mais, os clubes brasileiros vêm conquistando e reafirmando seu espaço internacional, não somente revelando atletas, mas conquistando títulos e reforçando sua influência única nas competições globais.

Mas afinal, o que explica essa hegemonia dos clubes brasileiros no futebol mundial? Trata-se somente da qualidade dos jogadores ou será que existe uma combinação de fatores que sustenta esse domínio?  É isso que a gente vai explorar agora.

A força das apostas esportivas

Um fator importante que tem impulsionado o futebol de forma significativa é o mercado de apostas esportivas, que vem ganhando força no país desde que a sua regulamentação entrou em vigor. Cada vez mais clubes contam com casas de apostas como seus patrocinadores principais – uma parceria que tem gerado receitas expressivas.

Essa injeção de recursos possibilita a manutenção de jogadores por mais tempo, além da contratação de atletas de alto nível, reduzindo a distância financeira em relação ao mercado europeu. Um bom exemplo disso é a Novibet, patrocinadora do Santos. Para quem se interessa em conhecer melhor essa que é uma das plataformas mais importantes do país, vale conferir o review Novibet Brasil: Análise completa.

Desenvolvimento de talentos como raiz do sucesso

É preciso nascer com talento ou é possível desenvolvê-lo? Ao menos em relação ao futebol, é preciso os dois. Não basta nascer bom se, ao longo da vida, não houver espaço e oportunidades para aprimoramento. E esse é talvez um dos maiores diferenciais do futebol brasileiro: as categorias de base.

A história de alguns dos maiores clubes do país se mistura com a longa tradição de revelar jovens promessas – e que, depois, acabam brilhando nos campos do mundo inteiro.

Estrutura de apoio que muda destinos

A maioria dos jovens que se destacam no futebol vêm de bairros periféricos, cidades do interior ou escolinhas de futebol espalhadas pelo país. E, frequentemente, fazem parte de uma realidade dura – em que a necessidade de ajudar em casa desde cedo é mais urgente do que qualquer sonho.

Atualmente, praticamente todos os grandes clubes oferecem estruturas completas: moradia adequada, alimentação de qualidade, preparação física e acompanhamento psicológico e rotina disciplinada. É muito mais do que apenas treino com bola.

Muitos desses jovens são descobertos por olheiros dos próprios clubes ou até em peneiras abertas, organizadas por empresários ou agências.

Investimentos crescentes e novos modelos de gestão

Desde 2021, um novo modelo de gestão vem sendo adotado no futebol, o SAF – Sociedade Anônima do Futebol. Amparado por lei, ele permite que clubes possam funcionar como empresas e receber aportes financeiros robustos de investidores. Esse modelo também traz um formato de estrutura administrativa mais moderno.

A adoção desse novo modelo ainda é recente e tímida, mas em alguns clubes já demonstra impactos positivos. Clubes como o Botafogo e Cruzeiro são alguns dos exemplos que passaram por essa modificação, atraindo investimentos nacionais e capital estrangeiro, aumentando seu poder de competição.

A paixão e a pressão das torcidas

Talvez nenhum outro local do mundo tenha torcidas tão apaixonadas quanto o Brasil. Em nenhum outro país se vê um envolvimento tão intenso, presente no dia a dia e tão emocional. Estádios lotados e torcidas organizadas que cantam a plenos pulmões seus cantos sagrados, reforçando uma relação de pertencimento que torna o futebol essa parte tão importante e grandiosa da identidade nacional.

Essa paixão se reflete diretamente no desempenho dos clubes. Segundo dados recentes, os clubes da série A do Brasileirão arrecadaram mais de R$850 milhões somente com programas de sócio torcedor, apenas no ano de 2024.

Contudo, esse mesmo amor que lota os estádios, também cobra por resultados. No Brasil, torcedor é mais do que um mero espectador – ele opina, exige, pressiona. Cobranças por resultados nas redes sociais e até protestos em centros de treinamento fazem parte da cultura de muitos torcedores brasileiros.

Essa pressão gigante e constante empurra o clube – dentro e fora de campo.

Identidade e estilo de jogo

Se tem algo que sempre diferenciou o jogador brasileiro no cenário internacional é o estilo de jogo. O ‘futebol-arte’, o improviso, a criatividade e o toque de bola refinado são características que quase sempre se repetem em atletas de diferentes gerações.

Das peladas de rua até os centros de treinamento mais modernos, todo o processo carrega o peso histórico e cultural de uma nação. Diz-se que, no Brasil, o menino já nasce com a bola no pé. E agora, a menina também.

O ambiente como um todo favorece o desenvolvimento de diversas habilidades – e essa combinação de fatores faz com que nossos jogadores desenvolvam técnicas próprias e se destaquem em diversas posições.

Do talento ao reconhecimento mundial

A versatilidade é um diferencial importante, especialmente em ligas como a Premier League ou a La Liga, onde o ritmo de jogo e as exigências físicas são altíssimos.

Não é por acaso que clubes europeus investem pesado na contratação de atletas formados em solo tupiniquim. O “estilo brasileiro” é sinônimo de talento, resiliência e capacidade de decidir partidas. Mesmo com muitos craques deixando o Brasil cedo, isso não diminui a força dos clubes, pelo contrário. As transferências milionárias geram receitas robustas além de fortalecer a imagem global dos clubes brasileiros.

O que podemos esperar do futuro?

Apesar de todos esses aspectos positivos e de toda a estrutura que sustenta a força e a liderança global dos clubes brasileiros, ainda existem desafios importantes no caminho.

A disparidade econômica entre os próprios clubes brasileiros, além da distância em relação aos europeus são obstáculos consideráveis.

Internamente, a necessidade de modernização de estádios, gramados e calendários mais equilibrados são pautas levantadas repetidamente entre os atletas. A profissionalização da gestão é outro ponto sensível, levantando questões como transparência, governança e planejamento de longo prazo.

Apesar de tantos desafios, o cenário se mantém otimista. Os investimentos crescentes, a nova geração de atletas e especialmente o fortalecimento ainda maior da imagem dos clubes no exterior apontam um caminho cujo destino dos atletas brasileiros não poderia ser diferente: seguir firme levantando taças.