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Como a chegada de Messi à MLS impulsionou o futebol nos EUA

No Maquinistas, Tiago Pinto, CEO da The Brand Academy, comentou como o argentino introduziu a modalidade nas conversas cotidianas do público norte-americano

Lionel Messi durante jogo do Inter Miami na MLS - Reprodução / Instagram (@leomessi)

A chegada de Lionel Messi ao Inter Miami, da Major League Soccer (MLS), provocou uma transformação que vai muito além das quatro linhas no futebol dos Estados Unidos. Tiago Pinto, CEO da The Brand Academy, comentou no Maquinistas, o podcast da  Máquina do Esporte, que o impacto do argentino no mercado norte-americano é um fenômeno cultural e midiático que colocou a modalidade em um patamar de relevância nunca antes visto no país.

Segundo o executivo, a presença de Messi mudou a forma como o “soccer” é consumido e discutido no dia a dia do público dos EUA. Em um cenário ultracompetitivo, o argentino ajudou a aumentar o interesse local pelo futebol, furando a bolha das principais ligas norte-americanas, como NFL, NBA, NHL e MLB.

A principal mudança cultural foi a introdução do futebol na conversa cotidiana do público norte-americano. Enquanto outras estrelas globais, como Cristiano Ronaldo, optaram por mercados de menor visibilidade que os EUA, Messi escolheu o epicentro do entretenimento, o que foi decisivo para que o jogador se tornasse pauta central também fora da bolha do esporte.

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Essa relevância é validada pela cobertura da mídia tradicional. Os lances de Messi passaram a frequentar o “Top 10” do SportsCenter, da ESPN, algo crucial para aumentar o interesse pelo esporte no país. O ápice dessa exposição, segundo o CEO da The Brand Academy, foi a transmissão de um jogo ao vivo em um dos locais mais icônicos do mundo, algo raro até para os esportes tradicionais.

“Ele [Messi] passou a ser assunto. Em Nova York, passaram o jogo [do Inter Miami] ao vivo na Times Square. Um negócio nunca visto antes no esporte americano”, comentou Tiago Pinto.

A estratégia transformou o jogo em um evento social. A presença de Messi em Miami funciona como um ímã para outras celebridades e formadores de opinião, criando um ciclo de engajamento. Ir ao estádio deixou de ser apenas sobre o jogo e virou parte da “peregrinação” obrigatória de quem visita a cidade, similar ao que ocorre em grandes eventos de outras modalidades.

Tiago, que mora em Miami e acompanha de perto o fenômeno, apontou que há uma estratégia clara de gestão de marca por trás do sucesso. A sinergia entre Messi e David Beckham, um dos donos do clube e também um ícone global, é usada ativamente para reforçar o status do time e da liga.

Nesse sentido, a gestão da imagem dos astros é feita de forma a humanizá-los e conectá-los ao público, como em publicações estratégicas nas redes sociais que mostram a admiração mútua e o impacto do argentino.

“Ele [Beckham] posta a foto da mãe abraçada [com Messi] e diz assim: ‘não adianta ter sido isso, ter sido aquilo, ser um dos donos do time, pois a minha mãe chega aqui, e ela quer a foto com ele'”, exemplificou o executivo.

O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Tiago Pinto, CEO da The Brand Academy, está disponível no canal da Máquina do Esporte no YouTube: