O plano estratégico de desenvolvimento e o traçado da pista do Autódromo Parque de Guaratiba foram apresentados nesta quinta-feira (6), na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro (RJ).
O projeto, com investimento privado de R$ 1,3 bilhão, ocupará uma área de aproximadamente 2 milhões de m² na zona oeste do Rio e terá capacidade para 120 mil pessoas. As obras devem começar após a conclusão das etapas de licenciamento.
O evento contou com a presença do prefeito do Rio, Eduardo Paes, do presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado, de representantes da Genial Investimentos, que lidera o consórcio responsável pelo projeto, e da Rock World, que fará a gestão do espaço.
“Na Genial, acreditamos no enorme potencial do setor de entretenimento, que segue em forte expansão. Aliado aos shows de música e aos esportes, o segmento tem grande poder de atrair marcas e criar experiências únicas”, afirma Rodolfo Riechert, CEO da Genial Investimentos.
“O Rio de Janeiro é o palco ideal para aproveitar esse movimento, reunindo talento, energia e a beleza natural da Cidade Maravilhosa. Estamos investindo na criação de um equipamento diferenciado, que será a base para o desenvolvimento e a exploração desse potencial”, acrescenta o executivo.
A Populous assina o conceito arquitetônico e a Driven International é responsável pelo traçado da pista.
Traçado
O circuito terá 4,7 km de extensão, com quatro retas – duas delas principais e paralelas – e dez curvas. O traçado foi projetado para permitir disputas próximas e ultrapassagens, com até 11 variações possíveis, dependendo da categoria. Em simulações com parâmetros da Fórmula 1, estima-se velocidade média de 241 km/h e voltas em torno de 1min09s5.
“O local do projeto permitiu à nossa equipe na Driven criar um circuito rápido, fluido e desafiador, à altura da rica história do automobilismo no Brasil”, afirmou Ben Willshire, diretor-executivo da Driven International.
Estrutura
O autódromo foi concebido para atender às exigências da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) Grau 1 e FIM (Federação Internacional de Motociclismo) Grau A, o que o torna apto a receber categorias como Fórmula 1, IndyCar, Nascar e o Mundial de Endurance (WEC), além de competições nacionais e regionais.
A estrutura permanente inclui arquibancadas, camarotes, centro de mídia, boxes, áreas de hospitalidade, centro médico, heliponto e estacionamento.
“Com as instalações públicas e de espectadores desenvolvidas pela Populous, o local certamente se tornará um novo ícone esportivo voltado à experiência do público no Rio”, acredita Thiago Nunes, da Populous.

Experiência
O projeto prevê um Centro de Experiências com atividades como circuito de derrapagem, plataforma de instabilidade, reta de aceleração e frenagem, rampas, travessias e obstáculos. O espaço poderá ser adaptado para centros de fabricantes globais e será integrado ao traçado da pista.
Além disso, haverá o Turn 10 Club, com vista para a última curva e as duas retas principais, e áreas exclusivas para membros do clube, além de espaços comerciais e de apoio.
Kart
O complexo contará com uma pista de kart com curvas rápidas e retas longas, seguindo padrões internacionais.
A pista terá prédio próprio de boxes e ficará próxima ao novo acesso principal do autódromo. A proposta é fomentar a formação de novos pilotos por meio da Academia Nacional de Kart.
Acesso
O autódromo terá acesso principal pela Avenida das Américas e entradas de serviço pela Estrada da Matriz e Estrada da Capoeira Grande.
Está prevista a construção de uma nova estação do BRT para facilitar o deslocamento do público.
A localização próxima à Barra da Tijuca e Jacarepaguá também é apontada como estratégica, com oferta de hotéis, restaurantes e centros comerciais.
Sustentabilidade
O projeto incorpora práticas sustentáveis desde a construção até a operação. Estão previstas instalações de painéis fotovoltaicos, iluminação LED, sistemas de reuso de água, captação de chuva, pavimentos permeáveis, telhados verdes e jardins de chuva.
Dois lotes do terreno serão doados: um para a construção de uma escola de educação infantil e outro para um equipamento público de esporte e lazer com acesso gratuito.
“Esse é um projeto com recurso privado, que não tem dinheiro do imposto do carioca. É um trabalho de longo prazo, mas já está mais do que comprovado que grandes eventos e grandes equipamentos esportivos e tornar o Rio mais internacional são bons para a economia da cidade”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
