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Copa do Mundo Feminina de 2027: O “marco zero” do futebol feminino no Brasil

Para Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF), torneio representa uma oportunidade única, mas que precisa ser bem trabalhada

Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF), participou do Maquinistas - Arte / Máquina do Esporte

A Copa do Mundo Fifa Feminina de 2027 será disputada no Brasil entre 24 de junho e 25 de julho de 2027. Muito além do aspecto esportivo, o torneio representa, para a indústria do futebol feminino, uma oportunidade única de desenvolvimento em diversos aspectos.

Convidada do Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte, desta semana, Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF), falou sobre a realização do torneio em solo brasileiro e o que isso pode significar para a modalidade.

“Marco zero” para o futebol feminino no Brasil

Na avaliação da executiva, a Copa do Mundo Feminina no Brasil será uma espécie de “marco zero” para a indústria da modalidade.

“Do ponto de vista de transformação cultural, acho que vai ser um daqueles momentos que se divide em antes e depois. Era um Brasil antes da Copa do Mundo em casa e um Brasil depois”, enfatizou.

Para Kin, a questão central está em como a oportunidade será aproveitada, para que o legado deixado pelo torneio seja perene, e não passageiro. Mais do que o momento da realização da competição em si, para a convidada do Maquinistas, urge a necessidade de um trabalho contínuo e a longo prazo para que as mudanças promovidas sejam duradouras.

“Como fortalecer e garantir que isso seja perene e sólido? Acho que vai depender de décadas desse aproveitamento do residual, do legado da Copa”, ponderou a executiva.

Transformando o extraordinário em natural

O futebol feminino conta com inúmeras histórias de atletas, dirigentes e treinadores(as) que se destacaram desafiando as probabilidades. Para a diretora-executiva de futebol feminino da FPF, porém, por mais extraordinárias que sejam essas histórias, o futebol feminino deve desenvolver-se de uma maneira que transforma o sucesso, que muitas vezes ainda é exceção à regra, em algo natural.

“Eu uso muito uma expressão que fala que a história do futebol feminino ainda é feita de pessoas extraordinárias em circunstâncias extraordinárias. Isso vale para tanta gente que vive de futebol feminino. E eu fico me perguntando: Que trajetória é essa para fazermos o negócio parecer natural?”, disse.

Transformação cultural

Além do desenvolvimento material, com maiores investimentos em infraestrutura para as atletas, a Copa do Mundo de 2027 pode representar uma transformação cultural para a modalidade no Brasil. Para Kin Saito, isso deve se concretizar.

“Do ponto de vista cultural, eu prevejo, sim, que vai ser uma grande transformação. Porque estaremos lidando com a imagem, com a referência, com o dia a dia, com o envolvimento, vai ter um esforço muito grande do ponto de vista governamental e das marcas. Ninguém é louco de perder essa oportunidade em casa”, salientou a executiva.

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No entanto, Kin ressaltou que a repercussão e os investimentos a serem realizados na modalidade devem promover transformações duradouras.

“Minha maior preocupação é isso se transformar em processos, em convicção. Vai exigir de todo mundo trabalhar muito para realmente ficarmos satisfeitos com o que foi esse ‘marco zero'”, destacou.

O episódio do Maquinistas, podcast apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF), estará disponível a partir desta terça-feira (11), às 19h (horário de Brasília), no Spotify e no canal da Máquina do Esporte no YouTube: