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Após troca de farpas, Bap e Leila Pereira se encontram no Summit CBF Academy, mas não fazem debate

Presidentes de Flamengo e Palmeiras, adversários na final da Libertadores, falaram de gestão e planejamento nos clubes

Luiz Eduardo Baptista, do Bap, presidente do Flamengo, durante o Summit CBF Academy, em São Paulo - Adalberto Leister Filho/Máquina do Esporte

Luiz Eduardo Baptista, do Bap, presidente do Flamengo, durante o Summit CBF Academy, em São Paulo - Adalberto Leister Filho/Máquina do Esporte

Após trocarem seguidas farpas nos últimos meses, os presidentes Luiz Eduardo Baptista, o Bap (Flamengo), e Leila Pereira (Palmeiras) teriam um encontro como palestrantes do debate “Finalistas Sul-Americanos”, dentro do Summit CBF Academy, realizado em São Paulo, nesta quarta-feira (26).

Bap e Leila se cumprimentaram formalmente antes de falarem ao público. No entanto, apesar do anúncio de ambos na mesma palestra, a organização optou por chamar cada dirigente separadamente ao palco.

Primeiro, Bap foi entrevistado pelo jornalista Martín Fernandez. Em sua fala, destacou o planejamento de longo prazo do Flamengo e o trabalho de marketing realizado em Lima antes da decisão contra o Palmeiras.

“Temos profissionais de comunicação e marketing que partiram para Lima 48 horas depois da nossa classificação [para a final]. Tivemos contatos com autoridades locais, com a embaixada brasileira e trabalhamos na confecção de material dentro das regras da Conmebol”, afirmou.

Logo após a entrevista, Bap deixou o auditório, sem ouvir Leila Pereira, que estava na plateia quando o dirigente flamenguista foi entrevistado.

Em sua fala, a dirigente destacou a trajetória do Palmeiras nos últimos anos e a forma como conduz a gestão do clube.

“São os dois clubes, a meu ver, mais bem administrados no futebol sul-americano. Eu tenho certeza de que o torcedor, tanto do Palmeiras quanto do Flamengo, quanto os torcedores neutros, vão presenciar um grande espetáculo”, disse.

Nos últimos meses, Leila Pereira criticou a postura do Flamengo, que foi à Justiça reivindicando maior cota de TV no contrato assinado pela Liga do Futebol Brasileiro (Libra) com a Globo. A dirigente chegou a chamar a diretoria do Flamengo de “terraflanistas”. Bap rebateu, dizendo que Leila havia feito uma “declaração infantil” e afirmou que a Libra era palmeirense.

Planejamento

Leila ressaltou que o sucesso do Palmeiras está ligado à manutenção de profissionais e ao foco em processos internos.

“Independentemente do resultado da Libertadores, nós já temos o nosso planejamento para 2026. Eu administro de uma forma profissional. Nós temos processos no Palmeiras. Não existe interferência política no futebol do Palmeiras”, afirmou.

Fair Play Financeiro

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, durante o Summit CBF Academy, em São Paulo - Adalberto Leister Filho/Máquina do Esporte
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, elogiou o Fair Play Financeiro – Adalberto Leister Filho/Máquina do Esporte

Ela também defendeu o modelo de Fair Play Financeiro que seria divulgado oficialmente pela CBF horas depois, mas cujas regras já haviam sido informadas aos dirigentes no último dia 11, em reunião na CBF.

“O que nós nos comprometemos, nós cumprimos. Isso é fundamental para retornar a credibilidade do futebol brasileiro. É inadmissível disputar um campeonato pagando em dia e enfrentar clubes que não cumprem absolutamente nada”, criticou, em referência ao Corinthians, mas sem citar o arquirrival, que enfrenta dois transfer ban na Fifa.

Mesmo endividado, o Timão foi o algoz do Palmeiras nesta temporada na final do Campeonato Paulista, quando o Verdão buscava o tetracampeonato, além de ter eliminado o Verdão nas oitavas de final da Copa do Brasil com duas vitórias.

Estilo

Ao longo do evento, ficou evidente a diferença de estilo entre os dois dirigentes. Bap admitiu que tem rituais e superstições antes de jogos importantes, como a final da Libertadores, no próximo sábado (29).

“Eu assisto a todos os jogos com os dedos cruzados. Sou canhoto e, um dia, a minha esposa falou: ‘Por que você não cruza os dedos da mão esquerda?’ Cruzei e tomamos um gol. Então, eu aprendi que é melhor não mudar nada”, brincou.

Questionada sobre o mesmo assunto no palco, Leila Pereira reforçou sua postura de profissional do mercado, mais imune às paixões clubísticas.

“Não tenho nenhuma superstição. Acredito no trabalho, em bons profissionais, em bons atletas. Só isso. Sou extremamente racional”, afirmou.