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Juventus recebe proposta de € 1 bilhão da Tether, mas família Agnelli recusa

Empresa de criptomoedas é dona de 11,5% das ações da equipe italiana e prometia investir mais € 1 bilhão no desenvolvimento do clube

Zagueiro brasileiro Bremer em ação durante partida da Juventus pela Serie A Italiana - Divulgação / Juventus

A Juventus recusou uma proposta de compra de € 1 bilhão da empresa de criptomoedas Tether. O valor bilionário não foi o suficiente para convencer a família Agnelli, que, envolvida no clube há 102 anos, afirmou que não pretende vendê-lo.

A Tether é a empresa mais lucrativa do mundo por funcionário, atuando no universo das stablecoins, tipo de criptomoeda projetada para ter valor estável, normalmente atrelada a uma moeda real, como o dólar. Em 2024, registrou um lucro líquido de mais de US$ 13 bilhões.

Em março de 2025, a empresa comprou uma participação minoritária na Juventus, de 8,2%. Um mês depois, a empresa voltou a investir no clube e passou a ter uma participação de 11,5%.

A Tether, então, deu o maior passo da estratégia com uma proposta que pagaria € 2,66 por ação da Juventus. O valor representa um prêmio de 21% sobre o preço das ações do clube italiano no último fechamento antes do anúncio da tentativa.

Cerca de 24 horas depois da proposta ser oficializada, a família Agnelli, que controla o clube a partir da holding Exor, divulgou uma nota comunicando que não venderia sua participação majoritária de 64% das ações. 

“A Juventus faz parte da minha família há 102 anos. Faz parte dela no sentido mais verdadeiro da palavra: ao longo de um século, quatro gerações a expandiram, a fortaleceram, cuidaram dela em tempos difíceis e a celebraram em muitos momentos felizes”, disse John Elkann, CEO da Exor, em um vídeo publicado no site do clube.

“A Juventus, a nossa história e os nossos valores não estão à venda”, concluiu.

Instabilidade financeira

A recusa imediata da proposta surpreendeu os torcedores da Juventus, principalmente por conta dos problemas financeiros enfrentados pelo clube nos últimos anos.

Desde 2020, a Juventus registrou um prejuízo acumulado de quase € 1 bilhão, sem obter lucro líquido desde 2017. Apenas no ano passado, a equipe teve um déficit que superou os € 190 milhões.

Sendo assim, a proposta de € 1 bilhão pela compra das ações, com investimentos de mais € 1 bilhão para o desenvolvimento do clube, se torna no mínimo tentadora.

Atualmente, a Juventus ocupa a quinta colocação do Campeonato Italiano e apenas a 17ª da Champions League.