Apesar do rebaixamento dentro de campo ao fim do Campeonato Brasileiro de 2025, Ceará, Fortaleza, Juventude e Sport encerraram a Série A com resultado financeiro positivo na bilheteria, em um contexto em que o torneio manteve sua força econômica. A consolidação dos borderôs das 38 rodadas feita pela Máquina do Esporte mostra que os quatro clubes rebaixados adotaram modelos distintos de geração de receita, combinando público, preços de ingressos e controle de custos de maneiras diferentes, todas suficientes para fechar o ano no azul.
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No panorama geral, o Brasileirão 2025 levou 10.089.319 torcedores aos estádios, gerou R$ 518 milhões em arrecadação bruta e resultou em cerca de R$ 266 milhões em líquido a receber. O tíquete médio da competição ficou em R$ 53,20, parâmetro importante para entender como cada clube se posicionou dentro do mercado da Série A.
Ceará
O Ceará foi o rebaixado com maior público absoluto em 2025. O clube levou 661.159 torcedores ao estádio, o equivalente a 6,6% do público total do Brasileirão. A arrecadação somou R$ 13,69 milhões, cerca de 2,6% da renda bruta da competição.
O tíquete médio do Ceará foi de R$ 20,77, valor bem abaixo da média do Brasileirão, evidenciando uma estratégia baseada em volume de público, e não em preços elevados. Após R$ 8,96 milhões em despesas, o clube fechou a temporada com líquido a receber de R$ 4,40 milhões, o que representa aproximadamente 1,7% do total líquido do campeonato.
Fortaleza
O Fortaleza apresentou um perfil semelhante ao do Ceará no posicionamento de preços. O clube registrou 511.746 torcedores no estádio, correspondentes a 5,1% do público do Brasileirão, e arrecadação de R$ 11,08 milhões, o equivalente a 2,1% da renda bruta total.
Com tíquete médio de R$ 22,08, novamente abaixo da média da Série A, o Fortaleza sustentou sua bilheteria com público consistente e política de preços mais baixos. As despesas totalizaram R$ 7,73 milhões, e o líquido a receber chegou a R$ 2,97 milhões, cerca de 1,1% do total do Brasileirão 2025.
Juventude
O Juventude apresentou o perfil mais distinto entre os rebaixados. Mesmo com apenas 153.139 torcedores no estádio, o que representa 1,5% do público total do Brasileirão, o clube gaúcho arrecadou R$ 8,68 milhões, equivalente a 1,7% da renda bruta da competição, proporção superior à sua participação em público.
O principal diferencial esteve no tíquete médio de R$ 56,72, acima da média do Brasileirão. A estratégia de preços mais altos compensou a baixa presença de público e elevou a eficiência da bilheteria. Com despesas de apenas R$ 2,49 milhões, o Juventude fechou a temporada com líquido a receber de R$ 6,19 milhões, o maior entre os quatro rebaixados e correspondente a 2,3% de todo o líquido gerado na Série A.
Sport
O Sport seguiu um caminho diferente do Juventude, mas igualmente eficiente. O clube pernambucano levou 288.327 torcedores ao estádio, cerca de 2,9% do público do Brasileirão, e obteve arrecadação de R$ 13,40 milhões, o equivalente a 2,6% da renda bruta da competição.
O tíquete médio do Sport foi de R$ 50,27, ligeiramente abaixo da média do Brasileirão, indicando uma estratégia intermediária entre escala e preço. Com despesas de R$ 7,24 milhões, o clube encerrou o campeonato com líquido a receber de R$ 6,16 milhões, também em torno de 2,3% do total do torneio, resultado sustentado principalmente pelo volume de arrecadação.
