Nesta quinta, 24, na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo-SP, foi apresentado o projeto “A Chance to Play – O Direito de Brincar”, que nos próximos dois anos dará assistência a crianças carentes por meio da prática do futebol. Esta é a segunda edição do projeto, realizado por primeira vez na África do Sul, durante a Copa do Mundo de 2010, quando beneficiou cerca de 50 mil jovens.
A iniciativa tem um caráter curioso. A ideia do projeto partiu do Comitê Mundial dos Trabalhadores da Volkswagen. Todo o dinheiro investido vem de doações dos mais de 545 mil funcionários da Volks em todo o mundo. Somente os trabalhadores da empresa no Brasil arrecadaram R$ 260 mil para a iniciativa, contando com a adesão de mais de 90% do pessoal. No total, o investimento inicial para a ação no país será de mais de R$ 4 milhões.
“Temos de olhar para onde o Sol não bate e oferecer uma chance. Felizmente, já organizamos este tipo de ações há mais de 30 anos e já conseguimos ajudar diretamente mais de 300 mil jovens em todo o mundo por meio de cerca de 130 projetos em seis países”, declarou Frank Patta, secretário-geral do Comitê.
O desenvolvimento da ação fica por conta da ONG alemã Terre des Hommes, que há mais de 40 anos ajuda crianças e adolescentes ao redor do mundo, “O Direito de Brincar” se dividirá em 12 locações entorno das cidades onde a montadora mantém suas fábricas no Brasil: São Bernardo, Taubaté e São Carlos, todas em São Paulo, além de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba-PR.
Cada locação será tocada por uma ONG local capacitada pela Terre des Hommes e utilizará o futebol para trazer novos valores para as cerca de 60 mil crianças e adolescentes que devem fazer parte da iniciativa.
Para isso, será introduzido um novo estilo de prática do futebol de rua, em uma versão sócio-pedagógica criada pela fundação argentina Futebol e Desenvolvimento. Nesta modalidade, o jogo tem três tempos: no primeiro os jogadores discutem as regras que serão utilizadas, no segundo se disputa a partida, e no último ocorre uma discussão sobre o jogo, onde se contam pontos não somente pelos gols, mas também pelo respeito às regras estipuladas anteriormente. Um dos objetivos é que se realize uma espécie de Mundial da modalidade durante a época da Copa do Mundo.
“Nossa tarefa é deixar um legado. Que essa iniciativa não dure só até a Copa, mas sim que seja passada para frente, que cada ONG estabeleça uma rede local e continue espalhando bons valores, principalmente a não-violência e a paz”, afirmou Tuto Beat Wehrle, representante da ONG alemã e coordenador do projeto “O Direito de Brincar” no Brasil.
O projeto contará ainda com o apoio do cartunista Mauricio de Sousa, criador da “Turma da Mônica”, que será o padrinho do programa no país.