Com as incursões de xeiques e bilionários em diversos clubes do futebol europeu, a Uefa decidiu instaurar a partir desta temporada um novo sistema de controle de gastos, o Fair Play Financeiro. E, pelo que parece, o Paris Saint Germain, time-sensação do momento, já estaria utilizando maneiras de burlar o sistema.
Nesta semana, a Direção Nacional de Controle de Gestão (DNCG), parte da Liga de Futebol Profissional francesa (LFP) que fiscaliza as finanças dos clubes do país, divulgou o relatório anual obrigatório entregue pelo PSG, correspondente a 2012.
E aí se encontrou algo, no mínimo, curioso. Segundo o relatório, o PSG teve na última temporada ingressos de cerca de 222 milhões de euros e gastos de quase 228 milhões, totalizando um déficit de cerca de 5,5 milhões de euros.
Mas, uma análise mais profunda das receitas do clube deixa em evidência uma possível interferência dos donos do clube, o grupo catariano Qatar Sports Investments (QSI), para que o clube escapasse de sanções da Uefa.
Entre os 222 milhões em arrecadação, o PSG registra 47 milhões com mídia, 24 milhões com patrocínios e pouco mais de 25 milhões com receitas de estádio, que totalizam algo em torno de 96 milhões. Enquanto isso, outros 125 milhões são incluídos na categoria “Outros produtos”.
Ainda que não seja de 125 milhões, uma possível ajuda financeira da QSI para cobrir o déficit tira o clube de uma situação arriscada, já que chegaria a um saldo negativo de 130 milhões de euros.
Segundo a nova norma da Uefa, clubes com déficits maiores que 45 milhões estão sujeitos a punições, como a exclusão de torneios continentais a partir da temporada 2014/2015. Curiosamente, o Málaga CF, da Espanha, clube que também é propriedade de investidores catarianos, foi punido segundo os critérios de Fair Play Financeiro da organização e está suspenso da próxima competição para a qual se classifique.