O Botafogo fechou um contrato de patrocínio com a Telexfree, empresa que está proibida de atuar no Brasil. O negócio, assinado em Miami, sede da empresa, ainda não foi confirmado pelo clube, mas um vídeo divulgado pela Telexfree traz palavras de Ayrton Mandarino, diretor comercial do Botafogo.
“Para o Botafogo, mais do que se associar a outra marca, nós costumamos tentar entender o negócio de nossos parceiros e tentar construir relações que não sejam só duradouras mas que tragam, sobretudo, resultados”, afirmou Mandarino no vídeo (veja ao final da reportagem o vídeo completo).
O negócio foi assinado em Miami, uma vez que a empresa está, desde 13 de junho de 2013, proibida de atuar no Brasil. A proibição partiu de uma decisão judicial da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, no Acre. De acordo com a decisão proferida pela juíza, a Telexfree teria de pagar multa de R$ 100 mil a cada novo cadastrado no sistema da empresa.
A proibição foi feita após até mesmo a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda acusar a Telexfree do esquema de pir”mide financeira. Segundo o órgão, o sistema funcionaria da seguinte forma:
A Telexfree cobrava uma taxa de adesão de US$ 50 para que o usuário tenha direito a um mês de uso da tecnologia Voip para telefonia. Ao aderirem ao plano, essas pessoas tornavam-se “divulgadores” da empresa. Sendo assim, quanto mais novos usuários ela angariasse, mais remuneração ela passaria a ter.
O problema é que a Ympactus Comercial Ltda, figura jurídica da Telexfree no Brasil, não tinha nenhum acordo com operadoras de telefonia para poder oferecer o sistema de Voip. A partir daí, a Seae concluiu que o sistema faria com que o negócio remunerasse de fato apenas algumas pessoas, no topo da pir”mide, prejudicando a base, que é o usuário que aportaria o dinheiro para aderir ao plano da empresa. No Acre, onde a Telexfree começou as operações, foram mais de 40 mil adesões durante um ano.
O vídeo divulgado pela Telexfree não dá detalhes do acordo com o Botafogo, mas mostra a diretora jurídica do clube assinando o acordo com representantes da empresa (veja abaixo).