A Fórmula 1 viveu uma temporada diferente. Pela primeira vez em 15 anos, a principal categoria do automobilismo mundial não teve seu principal expoente, Michael Schumacher, que se aposentou em 2006. Entre a descoberta de novos ídolos, esc”ndalo de espionagem e briga entre pilotos, a competição chega à última etapa indefinida e atraindo todos os holofotes para São Paulo, sede da decisão. A cidade deve receber cerca de 100 mil visitantes neste final de semana. De acordo com os órgãos oficiais, os turistas devem deixar aproximadamente R$ 203 milhões na capital paulista. O valor consolida a liderança em receita da prova entre os eventos do município, à frente do Carnaval e da Parada Gay. “É o primeiro evento em receita para São Paulo, movimentando 52 setores econômicos da cidade. Treinamos inclusive taxistas e concierges para bem receber os turistas”, afirma Orlando de Souza, presidente do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB). A hotelaria é um dos segmentos diretamente beneficiados. Hotéis de duas a cinco estrelas já estão lotados para o período. Maior administradora multimarcas do segmento, a Atlantica Hotels Internacional trabalha com 100% de ocupação nesta semana. “Os números devem subir pelo menos 10% em relação a 2006. São Paulo é a única metrópole da América Latina com know-how para receber um evento mundial como a F1. São 66 shoppings, 15 mil bares, 12,5 mil restaurantes de 52 gastronomias, 120 teatros e 450 hotéis”, diz Souza. Entre os setores que comemoram o encerramento da temporada em Interlagos está o gastronômico. De acordo com Joaquim Saraiva, diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), os estabelecimentos dessa área devem ter um impacto de 20% a 30% no faturamento. ?Os turistas estrangeiros gastam bem mais. A visão de consumo deles é diferenciada e, em razão da diferença da cotação das moedas, eles acham que a comida no Brasil é muito barata. É difícil precisar valores, não temos esses números. Mas se um consumidor comum gasta R$ 100, o turista vai gastar R$ 130. Se o consumo normal é de R$ 150, vai passar para R$ 200, e assim por diante?, revela Saraiva. Segundo a Abrasel-SP, as regiões que mais recebem o impacto da F1 na cidade são as da Avenida Paulista, da Alameda Santos, dos Jardins e da Vila Olímpia, áreas onde se concentra o circuito de bares e de hotéis paulistanos. O mercado de locação de veículos também seguiu a tendência crescente de movimentação e investiu em frota extra diante da intensa procura de fãs do automobilismo e também de equipes de TV internacionais. “O aluguel de carros neste período deve superar em 23% a média anual e superar a média dos últimos dois anos”, conclui o diretor de marketing da Avis Rent a Car, Luiz Antonio Cabral, à “Revista Fator”. O GP Brasil de F1 será disputado no domingo, dia 21 de outubro, a partir das 14h. No sábado, será realizado o treino que definirá o grid de largada. Os dois eventos serão transmitidos pela Rede Globo.