A Ferrari lidera um movimento das equipes para fazer com que Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, finalmente entre na era da computação. O executivo evitou ter uma presença mais consistente na internet por vários anos para proteger as emissoras de TV, uma fonte de receita que rende cerca de US$ 500 milhões por temporada. O site oficial da categoria exibe no máximo dois minutos de melhores momentos ou 30 segundos de corrida por prova. Esta estratégia o deixou atrás até de um site que cobre o futebol egípcio, segundo o site de medição Alexa.com.
“A geração jovem quer assistir ao esporte de um modo diferente. Eles não querem ver toda uma corrida por uma hora e meia na televisão”, disse Stefano Domenicali, chefe da Ferrari, em conferência feita por uma escola de negócios de Madri. Ele contou, na ocasião, que há outras escuderias engajadas na missão de encorajar Ecclestone a transmitir as provas pela internet. A categoria, na opinião dele, tem falhado ao se conectar a “milhões de pessoas”.
O site da F-1 tem uma média de 3 minutos e 38 segundos por acesso, segundo o Alexa.com, pelo menos 60% abaixo de entidades como a NBA, liga de basquete dos Estados Unidos, e a Premier League, primeira divisão do futebol inglês.
Ecclestone considera a internet como uma anátema, uma espécie de maldição, para o modo como ele se acostumou a controlar a Fórmula 1. Esta é a avaliação de Catherine Davies, da Sportcal, uma consultora entrevistada pela Bloomberg. “Você pode controlar melhor mercados individuais e territórios pela TV do que pela internet”, explicou. Em fevereiro, o chefão já havia dito em entrevista que avalia “continuamente” a presença da categoria na internet, mas que continuava confiante de que “ela não será nem de perto forte como a televisão”.