O Bom Senso FC, movimento que reúne centenas de jogadores que reivindicam melhorias no futebol brasileiro, vai se encontrar em breve com Dilma Rousseff. O grupo foi contatado recentemente pelo gabinete da presidência da República para uma reunião.
A data do encontro e os participantes ainda estão sendo definidos pelos principais jogadores do Bom Senso. A reunião com a presidente acontece num momento em que o próprio movimento discute os próximos passos.
Ainda não há uma pauta definida sobre o que será tratado. Os atletas, atualmente, têm debatido se é possível haver uma paralisação em forma de protesto, algo que vem sendo discutido desde meados de 2013, mas que ainda não foi adotado por não haver unanimidade dentro do movimento.
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O interesse da presidência em receber o Bom Senso pode representar o maior passo do grupo em termos de apoio, além da opinião pública, uma vez que o grupo ainda não encontrou aliados nem na CBF, nem na Globo. Em março, por exemplo, Rogério Ceni, um dos líderes do movimento, pediu publicamente à emissora que detém os direitos de transmissão de quase todo o futebol brasileiro por ajuda para difundir as ideias do grupo. Não houve uma resposta oficial do canal, mas a faixa que os atletas exibiram na final do Campeonato Paulista, domingo passado, foi cortada da transmissão. “Até a nossa faixa foi ignorada pela TV”, protestaram na página oficial no Facebook.
Com a CBF, a relação é péssima. Representantes do grupo se encontraram com dirigentes da confederação em outubro de 2013 para negociar as reivindicações, mas não tiveram sucesso. Em dezembro, eles romperam com a entidade e adotaram uma estratégia mais agressiva em relação a ela. Partiram para ataques públicos e frequentes por meio de redes sociais. A opinião pública aparenta apoiar os jogadores, mas a tática ainda não deu resultados.
Em março, o Bom Senso apresentou uma nova proposta de organização do calendário do futebol e, também, ideias para a criação de um órgão que seja responsável por aplicar normas de Fair Play Financeiro para os clubes, um conjunto de regras para frear as despesas e o endividamento dos empregadores. Mas ainda não conseguiu um consenso. Federações e clubes de futebol de todo o país chegam a concordar que melhorias no calendário precisam ser feitas, mas afirmam que não há como conseguir dinheiro para financiar todas as ideias do movimento.