O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) está focado em um objetivo para 2016: conquistar 30 medalhas e ficar entre os dez melhores países nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Por outro lado, a entidade começa a mirar o cenário pós-evento no país e, por isso, identificou uma dificuldade na revelação de talentos. Para resolver a questão, contratou a britânica Sue Campbell.
A executiva em questão é desde 2003 a CEO da UK Sports, órgão estatal do Reino Unido especializado no desenvolvimento de atletas. Seu trabalho no esporte olímpico do Reino Unido lhe rendeu reconhecimento. Em 2013, foi eleita pela rádio BBC uma das cem mulheres britânicas mais influentes. No próximo ano, ela virá três vezes ao Brasil para traçar um projeto para o COB.
O superintendente do COB, Marcus Vinícius Freire, explicou exatamente qual é a dificuldade enfrentada nesse momento pela entidade. “Existe um gap no Brasil na confirmação de talento. É um trabalho que a gente está engrenando com as confederações”, afirmou. O período chamado de “confirmação de talento” se refere ao instante que um potencial atleta é identificado, mas ainda não é encaminhado para uma carreira profissional. Para o COB, o país perde possíveis talentos porque tem dificuldade em fazer esse caminho.
Segundo Freire, a base dos atletas já é bem trabalhada. Para exemplificar a situação, mencionou os 80 participantes brasileiros no próximo Jogos Olímpicos da Juventude, que acontecerá em Nanquim, na China, neste ano. Além disso, o executivo celebrou a participação anual de 2 milhões de crianças e adolescentes nos Jogos Escolares da Juventude.
A ideia com Sue Campbell é fazer um projeto com cada confederação que consiga puxar potenciais atletas para o profissionalismo, tanto nas questões esportivas quanto na preparação de imagem e marketing. O trabalho, no entanto, é complicado porque os esportes divergem entre si. “Cada modalidade é diferente. No tiro, tem atleta com 55 anos. Na ginástica, tem atleta com 15”, exemplificou Freire.