A Associação de Campeões Mundiais de Futebol quer independência de contratos pontuais. Para isso, almeja fechar um acordo de longo prazo com alguma empresa para fazer case e poder se mostrar lucrativo ao mercado. A ideia é passar a funcionar como uma agência para os ex-jogadores, captando empresas que possam usar a imagem dos ex-atletas em troca de uma renumeração para ser repassada a todos.
O primeiro caminho para esse novo planejamento está ligado à Mastercard. A empresa fechou com a associação para usar cinco campeões mundiais em sua nova campanha, apresentada na última semana. A princípio, trata-se de mais um patrocínio pontual, mas a ideia é ampliar o acordo. Uma das ideias apresentadas é fazer cartões com o nome dos jogadores e transformar isso em um produto licenciado, com o devido repasse a cada ex-atleta.
Segundo o presidente da associação, Marcelo Neves, há uma negociação em andamento que resume o que a entidade pretende. “Estamos conversando com a Unimed. Não há repasse financeiro, mas a prestação de planos de saúde para os atletas e familiares. É esse tipo de parceria que nós queremos”, afirmou à Máquina do Esporte.
A grande preocupação da associação é a situação financeira frágil de ex-jogadores. Neves citou os casos de Djalma Santos e de Bellini, que faleceram recentemente com fortes problemas para se sustentarem, inclusive com dificuldades para arcar com custos relacionados a saúde.
Para poder funcionar como uma agência para os ex-atletas, a associação tem a autorização por escrito de cada um para representá-los. Na hora de fechar um contrato que use a sua imagem, o jogador assina um termo específico. No caso da Mastercard, Zito, Amarildo, Clodoaldo, Mauro Silva e Marcos tiveram uma verba a parte para participar, mas a associação também recebeu sua parte, com o objetivo de distribuir para todos os outros nomes.
A associação foi criada em 2006 por Marcelo Neves, que é filho do ex-goleiro Gylmar dos Santos Neves, campeão do mundo em 1958 e em 1962, e falecido em 2013. Até então, o grupo trabalhou apenas com alguns contratos, com Caixa e Banco do Brasil, por exemplo, mas nenhum de longo prazo. Neste ano, houve uma exposição no Rio de Janeiro relacionada a futebol, com patrocínio da Caixa. A renda foi destinada ao grupo.