Entre as campanhas publicitárias direcionadas para a Copa do Mundo, se houvesse um prêmio e este prêmio tivesse o aspecto “coragem” a ser avaliado, o Festa na Rua, desenvolvida pela agência de publicidade Leo Burnett para a Fiat, certamente estaria em primeiro lugar.
Voltemos no tempo. Em junho de 2013, a música que a montadora usou no comercial dela para a Copa virou hino de manifestações contra aumento na passagem do ônibus, contra o governo, contra tudo. O slogan da campanha, “vem pra rua”, foi usado para um fim totalmente diferente do previsto pela empresa e ganhou outra conotação, de ataque a autoridades. Foi ruim para a Fiat.
Era de se esperar que executivos da Fiat e/ou mentes criativas da Burnett dessem passos para trás, repensassem a campanha e viessem com um mote totalmente diferente em 2014. Até porque manifestações acontecerão novamente.
Não foi o que aconteceu. A campanha foi ajustada, passou de “vem pra rua” para “vamos fazer festa na rua”, mas não foi abortada. “Aquilo não tinha sido planejado, mas não podemos mudar a campanha por causa das manifestações”, opina Marcelo Reis, vice-presidente de criação da Burnett, à Máquina do Esporte. “Se a Fiat tivesse recuado, não seria a marca que mais entende de rua. A rua continua aí, independente de ter manifestação ou não. Isso não é pauta da Fiat. O que nós queremos é que tenha festa. É a mesma pegada, o mesmo conceito, mas uma evolução”.