“Se cada torcedor doar R$ 1, imagine quanto dinheiro seria arrecadado”. Esta velha ideia voltou a ser praticada no futebol brasileiro, desta vez pelo Flamengo. O clube oficializou na última quarta-feira um projeto de torcedores e pede que fãs doem pelo menos R$ 5 para que jogadores sejam comprados – não vale usar as doações para pagar rescisões ou salários.
Trata-se de uma versão distorcida do conceito de crowdfunding usado em outras indústrias, como a literária, a do entretenimento ou a da tecnologia. A diferença é que, nelas, o doador recebe o produto que financiou, seja ele um livro, um filme ou um aparelho.
No futebol, o máximo que o doador ganha é a satisfação de ver o jogador que gosta vestir com a camisa do time que torce. Isso se não se machucar, for aprovado pelo técnico e não decidir deixar o clube precocemente.
Outros brasileiros já endossaram campanhas parecidas. O Vasco tem até hoje o “Dívida Zero”, cujos R$ 938 mil arrecadados foram usados para pagar débitos do clube, outro projeto criado por torcedores e oficializado pelo time.
O Palmeiras contou com a empresa My Own Player para contratar Wesley em 2012 por meio de crowdfunding. As doações chegaram a uma fração do necessário para contratá-lo, e o clube teve de pagar a conta. Pouco depois de chegar, o atleta machucou o joelho e ficou sem jogar por quase um ano.