Para muitos pode parecer um sonho. Em São Paulo, no próximo sábado, haverá um vestibular de pôquer. Trezentos candidatos irão enfrentar prova e entrevista. Os 22 aprovados passarão por preparação para se tornar jogador profissional.
“Dez ficarão um ano no nosso Centro de Treinamento. Outros 14 passarão por um teste de um mês”, conta Leonardo Bueno, um dos idealizadores do primeiro CT de pôquer do Brasil.
Ele é sócio de Andre Akkari, campeão mundial de pôquer em 2011, dentro do projeto. O local de preparação, onde hoje moram dois atletas, fica em Cabreúva (interior de São Paulo) e conta com infraestrutura privilegiada.
A casa tem quatro funcionários e um administrador. Os jogadores não se limitam a treinar o jogo de cartas. Têm à disposição personal trainer, nutricionista e psicólogo. Todo alunos também ganha salário, para ficar focado apenas na preparação para o jogo.
“Em um torneio, o jogador fica de 10 a 12 horas em uma mesa, sob tensão, tendo que tomar decisões a todo o momento. É preciso muito preparo físico e mental para isso. Se não, não aguenta”, afirma Bueno, que jogou profissionalmente de 2005 a 2012.
Em 2013, ele e Akkari alugaram um sítio inicialmente para terem um local tranquilo para jogar. Com o tempo, tiveram a ideia de montar o primeiro Centro de Treinamento de pôquer do Brasil.
A estrutura é mantida graças a cursos mensais, no fim de semana, abertos ao grande público, ao preço de R$ 3.500. “O curso de novembro já está com as vagas esgotadas. Vamos abrir agora inscrição para dezembro”, conta Bueno, que foi comentarista de pôquer nos canais fechados ESPN e Bandsports.
Além disso, os idealizadores do CT também recebem uma porcentagem sobre o lucro obtido pelos alunos em torneios presenciais ou online. O grupo recentemente esteve em Las Vegas para jogar a Série Mundial de Pôquer, o mais famoso torneio internacional. “O resultado não foi dos melhores, mas ainda é cedo para isso, o grupo está começando. O melhor foi um jogador nosso que ganhou US$ 7 mil”, diz Bueno.