A loja esportiva Decathlon quer continuar crescendo no Brasil, mas tem encontrado um entrave para cumprir esse objetivo. Focada em preço e custo-benefício como fator central de diferenciação, a empresa ainda depende de produtos importados, o que encarece os artigos nas gôndolas nacionais. Produzir mais no país foi a solução encontrada.
Hoje, apenas 20% dos produtos da Decathlon são fabricados no Brasil. O objetivo é chegar a 50% nos próximos anos. “Assim não ficamos dependente do câmbio e reduzimos os impostos”, explicou o presidente da filial brasileira da empresa, Dominique Thomás, à Máquina do Esporte.
Nos últimos anos, a empresa tem crescido na base de 30% no Brasil. Além da nacionalização da produção, a Decathlon tem ampliado a distribuição no país. Nos próximos meses, serão inauguradas mais três lojas no país. Há um ano, a companhia também passou a apostar no e-commerce.
Com maior produção no Brasil, há um maior apelo ao desenvolvimento de novos produtos no país. A inovação em produtos de marcas próprias também é uma bandeira da empresa, que conta com 250 profissionais dedicados a isso na França, sede do grupo.
No Brasil, esse desenvolvimento não é tão consolidado, ainda que exista esse braço. “É o caso do biquíni. Quem já foi à Europa sabe que os modelos são bem diferentes dos daqui”, explicou Giannino Grasso, diretor da produção nacional de produtos das marcas próprias da Decathlon.
Em ascensão no Brasil, único país da América em que a Decathlon está presente, o país ainda tem pouca representatividade para o grupo: apenas 2% do faturamento total. Atualmente, o grupo tem 730 lojas espelhadas pela Europa e pela Ásia; apenas 15 estão no Brasil.