A desistência de Oslo ligou o sinal de alerta no Comitê Olímpico Internacional. A entidade já sabe que terá problemas nos Jogos de Inverno de 2022, independentemente de quem seja escolhida a sede, Pequim ou Almaty. Cazaquistão, uma república da ex-União Soviética, e China são alvos de entidades internacionais por causa das constantes violações de direitos humanos. Uma Olimpíada nesses países será o palco ideal para manifestações por liberdade.
A China tem um histórico de problemas. Nesta semana, o governo prendeu dezenas de ativistas que pediam sufrágio universal nas eleições em Hong Kong, previstas para 2017. Há pouca liberdade religiosa, repressão às minorias e à liberdade de imprensa. Em seu relatório de 2014, a ONG Freedom House afirmou que a China endureceu as leis contra delito de opinião pela internet.
Já o Cazaquistão também está na lista dos países em que não há liberdade. A ONG reclama de repressão à liberdade religiosa e a prisão deliberada de civis acusados de terrorismo.
O potencial de crise não para por aí. Na semana passada, o COI anunciou a inclusão de uma cláusula contra a discriminação gay no contrato dos Jogos de 2022, medida que atinge diretamente as duas concorrentes.
Na China, o casamento homoafetivo é proibido, embora recente pesquisa feita com jovens tenha mostrado que 87% da população apoia a causa gay. No Cazaquistão, líderes políticos pedem leis similares às da Rússia de proibição da “propaganda gay”. Recentemente, um deles, Dauren Babamuratov, do movimento Bolashak, defendeu que os gays sejam identificados através de “testes sanguíneos”.