Os atletas da primeira divisão do Campeonato Espanhol assinaram novo acordo coletivo de trabalho que prevê um rendimento mínimo de € 129 mil por ano. Isso representa cerca de R$ 32,8 mil mensais, ou 14 vezes o soldo de um trabalhador espanhol que recebe o salário mínimo local. Em um país que vive recessão econômica há seis anos, é um desnível considerável de ganhos.
Mas a própria primeira divisão espanhola reproduz a desigualdade econômica. O jogador mais bem pago do Campeonato Espanhol é Lionel Messi, do Barcelona. Por temporada, o argentino ganha € 18 milhões, ou 130 vezes mais do que um atleta que recebe o salário mínimo da primeira divisão.
Pelo acordo, os jogadores de clubes da Série B asseguraram um rendimento mínimo de € 64,5 mil/ano ou a metade do que recebem seus colegas da divisão de elite. O convênio também prevê reajuste de salários para a próxima temporada.
Pelo compromisso assinado por atletas e equipes, os jogadores conquistaram um dia e meio de folga por semana e férias de 23 de dezembro a 2 de janeiro. Pelo contrato, os profissionais não podem ter uma jornada maior do que 7 horas por dia.
Aí reside o primeiro problema, já que o Real Madrid marcou amistoso contra o Milan, em Dubai (Emirados Árabes) para dia 30 de dezembro, para satisfazer pedido da companhia aérea Emirates, sua patrocinadora principal. Para desobedecer o acordo coletivo, o time madrilense terá que negociar as “horas extras” diretamente com seu elenco.