Um grupo de investidores irá oferecer para a Adidas US$ 2,2 bilhões pela marca Reebok. A oferta já gerou reflexos positivos no mercado, com as ações da multinacional alemã subindo quase 5%. O consórcio é liderado pelo fundo de investimentos Jynwel Capital, de Hong Kong, no qual também participam investidores ligados às autoridades de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
A proposta será apresentada em breve aos executivos da Adidas, que comprou a Reebok em 2006, por US$ 3,8 bilhões. Quando incorporou a concorrente, a Adidas pretendia ganhar força nos Estados Unidos, o calcanhar de Aquiles da empresa alemã para dominar o mercado de material esportivo. A iniciativa teve alcance limitado, já que a a Nike continuou atuando forte em solo norte-americano.
E, na Europa, a Nike abriu definitivamente guerra com a concorrente após a compra da britânica Umbro, em 2008, por € 400 milhões. Com isso, a expectativa dos executivos da empresa norte-americana era atuar mais forte na Europa, mercado dominado pela Adidas. Com o tempo, firmou-se na empresa que a Nike conquistava posições no mercado europeu, independentemente de possuir a Umbro e seu portfólio. Há dois anos, a multinacional decidiu vender a subsidiária para a Iconix Brand por € 174 milhões.
Segundo o diário Wall Street Journal, a proposta será discutida pelos executivos da Adidas em breve. Nesses anos em poder da companhia alemã, a Reebok viu seu valor de mercado cair, especialmente depois de perder os contratos de fornecimento com a NFL (futebol americano) e a NBA (basquete), duas das principais ligas esportivas dos Estados Unidos.
A Adidas, não por coincidência, abocanhou o contrato de fornecedora da liga de basquete em 2006, mesmo ano em que adquiriu a Reebok. A antiga patrocinadora era parceira da NBA havia dez anos. Já a NFL preferiu trocar o acordo que tinha com a Reebok por um compromisso com a Nike. Com a perda desses contratos, cresceu na Adidas a percepção de que a Reebok não agregava mais valor à companhia.
A Adidas tentou, então, um reposicionamento da marca, concentrando investimentos no mundo fitness. Houve uma renovação da imagem, com novo logotipo, que trouxe algum resultado, mas não na velocidade que a Adidas esperava.
A venda da marca poderia estancar um problema que a Reebok vem trazendo às contas da companhia. Em 2012, por exemplo, foi descoberta fraude de dois ex-executivos da Reebok na Índia que geraram um prejuízo de € 125 milhões ao conglomerado.