Uma das maiores esperanças do mercado esportivo estavam depositadas nas arenas erguidas no país por conta da Copa do Mundo. Não só pela modernização dos aparatos, mas pela gestão deles pós-Mundial.
Quatro meses depois, a notícia de que o governo cearense resolveu intervir
na gestão da Arena Castelão é um perigoso recado para o mercado.
Pelo visto não são só os clubes que querem achar que sabem o que fazer dentro de um estádio. Até o poder público quer abocanhar sua parte.
A transferência da gestão de estádios para o capital privado é um dos legados da Copa no país. Nada contra a gestão pública, desde que ela seja eficiente. Mundialmente está comprovado que estádio bom é estádio que possui pelo menos um dono.
A gestão privada das arenas do pós-Copa é uma das principais molas de transformação da indústria para os próximos anos. A partir do instante em que os estádios passam a ser vistos como locais para gerar alta receita a seus donos, começa-se, indiretamente, a forçar melhor condução da gestão esportiva no país.
O clube querer meter o bedelho e achar que sabe fazer é até algo compreensível.
Até porque alguns deles realmente sabem como gerar grana.
O problema é quando o governo acha que é capaz de mudar o modelo de gestão. É impossível que, em quatro meses, os gestores da Arena Castelão tenham errado tanto.
Se a moda cearense pega, a última chance de melhoria da gestão esportiva no país começa a ir pelos ares…