A Copa do Mundo do Qatar em 2022 se transforma a cada dia num novo problema para a FIfa.
Uma declaração do mandatário da entidade, Joseph Blatter, somada à pressão de dirigentes das grandes ligas europeias e do Comitê Olímpico Internacional (COI) deixaram ainda mais turbulento o clima para o Mundial.
Blatter declarou que a morte de operários nas obras de estádios para a Copa é um “problema dos empregadores, e não da Fifa”, aumentando as críticas sobre as atitudes da federação de futebol.
Para piorar, a pressão para mudar a data do torneio, agendado para o alto verão no hemisfério norte (junho/julho), ganhou novos episódios. Dirigentes das grandes ligas adotaram uma posição conjunta defendendo que a Copa ocorra em maio. Já o COI teme que o Mundial mude para fevereiro, o que prejudicaria os Jogos de Inverno, marcados para a mesma época.
O período de disputa da Copa do Qatar gera polêmica de todos os lados. Para fugir do forte calor do verão qatari, a Fifa já sinalizou duas possibilidades: ou agendar a disputa para janeiro e fevereiro ou para novembro e dezembro.
Para não prejudicar o calendário europeu, as principais ligas do continente defendem que a data alternativa seja em maio, o que causaria menos transtornos aos torneios, embora não seja uma alternativa que melhore muito as condições de clima e temperatura para os atletas.
A decisão conjunta foi tomada nesta semana, no Fórum Europeu do Esporte, realizado em Milão. A iniciativa é defendida pelos cartolas dos campeonatos de Espanha, Alemanha, Inglaterra e Itália, entre outros, reunidos na EPFL (Liga Europeia de Futebol Profissional).
Já o COI teme que a realização da Copa no mesmo período da Olimpíada de Inverno gere prejuízo para ambas as competições, por dividir atenções da mídia e dos patrocinadores. Almaty (Cazaquistão) e Pequim (China) disputam a sede do evento.
“Já deixei claro que um choque entre esses dois eventos não convém a ninguém”, afirmou Thomas Bach, presidente do COI.
Para colocar mais lenha na fogueira, Michel Platini, presidente da Uefa, já defendeu publicamente que a Copa seja realizada em janeiro e fevereiro. Enquanto isso, a Fifa coleciona novos problemas. Nesta semana, Sony e Emirates confirmaram que um dos motivos para deixarem o patrocínio à entidade é a sucessão de escândalos envolvendo a escolha de Rússia e Qatar como sedes das duas próximas Copas do Mundo.