Sintoma das novas determinações do COI (Comitê Olímpico Internacional), o Japão confirmou intenção de lançar Sapporo como candidata a sede dos Jogos de Inverno de 2026. O comitê lançou, no último fim de semana, um pacote com 40 itens para reformular os processos de candidatura, baratear os custos do evento e dar maior transparência na eleição das sedes.
Como resultado, os Jogos voltaram a atrair países que já mostraram competência na organização de eventos passados, mas que enfrentam forte oposição dos habitantes locais com os gastos estratosféricos de edições como as de Pequim-2008 (US$ 43 bilhões) e Sochi-2014 (US$ 50 bilhões).
“É a melhor oportunidade possível para nossos cidadãos para compartilhar um sonho e combinar esforços em direção a esse grande objetivo”, afirmou o prefeito de Sapporo, Fumio Ueda.
Sapporo, no norte da ilha de Hokkaido, foi sede dos Jogos de Inverno em 1972. O país também já abrigou o evento em 1998, em Nagano, além dos Jogos de Verão de Tóquio-1964. A cidade será sede novamente da Olimpíada em 2020, com um orçamento modesto de US$ 4,5 bilhões.
Segundo o poder municipal, 60% dos moradores de Sapporo, que possui quase 2 milhões de habitantes, são a favor da candidatura. A escolha do COI será feita em 2019, e por enquanto o COJ (Comitê Olímpico Japonês) é cauteloso quanto às chances do país.
“Há um monte de obstáculos. Mas é claro que o COJ pretende elaborar um plano o mais rapidamente possível”, afirmou Tsunekasu Takeda, presidente da entidade.
Segundo a Prefeitura de Sapporo, os Jogos na cidade custariam US$ 3,5 bilhões, ou 7% dos custos com a Olimpíada de Inverno de Sochi, disputada em fevereiro. A cidade possui forte tradição nos esportes de neve. Sapporo é sede de competições de esqui alpino e esqui saltos.
Um obstáculo sério, porém, ainda pode inviabilizar a candidatura japonesa. Os Jogos de Inverno de 2018 já estão marcados para Pyeongchang, na Coreia do Sul. Pequim, na China, enfrenta Almaty, no Cazaquistão, e é favorita na escolha da sede de 2022.
Para os dirigentes do COI haveria alguma oposição em marcar três edições seguidas no continente asiático, algo que não acontece desde Cortina D’Ampezzo-1956, que completou uma sequência de quatro Jogos de Inverno seguidos na Europa.