A irônica carta de “aceitação” que o Fluminense endereçou à Federação de Futebol do Rio (leia aqui) coloca o futebol brasileiro numa nova encruzilhada.
Depois de os jogadores peitarem o status quo, parece que chegou a vez de os clubes deixarem de baixar a cabeça para os desmandos de cartolas furadas que insistem em jogar para baixo a gestão do futebol.
Os Estaduais são, cada vez mais, um produto em extinção num futebol mais profissional, como exigem os clubes de maior torcida do país. É um caminho de evolução natural do esporte, uma vez que não dá para o clube grande pensar pequeno durante praticamente 30% do ano.
É essa a conta que representa os Estaduais para as equipes de ponta. O torneio local representa custo, sem qualquer benefício tangível. Nem mesmo o que é pago pela cota de TV compensa o esforço de ter de jogar em estádios sucateados, ter público irrisório quando atua em casa por conta da baixa atratividade do evento, sofrer com crises causadas pelo mal desempenho esportivo.
A Ferj continua achando que o baixo público nos estádios não tem a ver com um modelo ineficiente de gestão de seu principal evento, que não tem qualquer apelo para o torcedor e, agora, nem ao menos pode ser rentável para os grandes times. Se o problema é o preço do ingresso, então o que se viu na Copa do Mundo é o milagre da elitização do país.
O Bom Senso parece que começa a querer se iniciar com os clubes. Ter o peso de Flamengo e Fluminense peitando os maus dirigentes pode ser o início de algumas mudanças.
Amanhã há de ser outro dia…