O naufrágio quase certo do projeto da Intel no Barcelona é a prova de que, para uma ação ousada ter sucesso no esporte, toda a cadeia deve ser envolvida para o negócio vingar.
O projeto da Intel era ótimo. Uma empresa cujo produto fica dentro dos computadores decide ter sua marca estampada dentro da camisa de um dos clubes mais midiáticos.
O conceito do “Look Inside” era transferido e remetido diretamente ao patrocínio. A apresentação do projeto gerou elogios de todos.
O problema do Barcelona e da Intel, ao que consta, é que duas partes fundamentais para o projeto vingar aparentemente foram esquecidas.
O primeiro, e fundamental, foi o jogador. Se ele não virar a camisa para celebrar o gol, a marca não vai aparecer. Ele é o maior responsável por tornar popular o patrocínio.
O segundo aspecto negligenciado foi não consultar, antes, a Nike, fabricante do uniforme. Era preciso saber se era possível o negócio ser colocado em prática. Não há camisa do Barcelona à venda com o logo da Intel para você “olhar para dentro”.
O caso lembra a baita ideia tida por Flamengo e Duracell em 2010, quando a estrela na camisa do time carioca iria se acender por causa da pilha que o patrocinava. Time perfilado para entrar no gramado, tudo em ordem e então… Ronaldinho Gaúcho, estrela do time, foi o único que subiu ao Maracanã com a estrela da camisa apagada, por se recusar a fazer a ação do patrocinador.
A ousadia numa ação no esporte só funciona se todas as pontas do negócio estiverem comprometidas.
Seja no Rio ou em Barcelona.