Há alguns anos, o patrocínio pontual tem sido uma realidade constante para clubes brasileiros. Pelo país, as grandes equipes nacionais mantêm o aporte como uma renda extra da partida, mas, para os estrangeiros, os valores têm uma grande valia. O Danubio, que nesta quarta-feira enfrenta o São Paulo pela Copa Bridgestone Libertadores, é uma mostra dessa realidade.
O clube uruguaio fechou com três empresas brasileiras que ficarão com os logotipos expostos no uniforme do time em quatro partidas da fase de grupo da Libertadores: as duas contra o São Paulo e as duas contra o Corinthians. As marcas Athenas Cintos, Iron Blindados e Rafarillo Calçados acertaram o acordo via a agência Wolff Sports & Marketing e ficarão espalhadas na camisa da equipe.
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A questão é que os faturamentos dos times sul-americanos estão muito longe dos rivais brasileiros. O Danubio, que em seu país perde o protagonismo para Peñarol e Nacional, mas disputa a terceira força, faturou cerca de R$ 10 milhões na última temporada. Em 2013, o São Paulo chegou a R$ 364 milhões.
Os valores do patrocínio pontual envolvendo o Danubio não foram revelados, por força de contrato. Em média, os acordos pontuais giram em torno de R$ 100 mil, mas eles variam conforme o clube. Por essa realidade financeira distinta, os valores envolvendo grandes sul-americanos não são os mesmos aplicados aos times brasileiros.
Especializada em aportes pontuais, a agência Wolff Sports & Marketing já fechou acordos com mais de dez equipes sul-americanas na última década. “Com uma equipe boliviana, chegamos a fazer um acordo para um jogo com valor equivalente a 40% do que o clube ganhava com patrocínio em todo o ano”, contou Fábio Wolff, fundador da agência.
Essa diferença entre mercados pesa negativamente aos brasileiros, principalmente considerando a premiação da Libertadores. Hoje, o campeão do torneio embolsa US$ 5,3 milhões, cerca de R$ 15 milhões. Caso fosse campeão, o Danubio dobraria seu faturamento. Para o São Paulo, seriam cerca de 5%.