Em maio de 2013, a Adidas fez estardalhaço para apresentar o Boost, seu novo modelo de tênis para a prática de corrida. A marca alemã dizia que o sistema inventado para o calçado revolucionaria a indústria. Dois anos depois, as marcas começam a seguir os passos da pioneira Adidas.
Nas últimas semanas, em São Paulo, duas marcas concorrentes apresentaram seus calçados com tecnologia parecida: a Puma, com o modelo Ignite, e a Under Armour, com o Speedform Gemini.
Os nomes são o de menos. Por trás do produto está a tecnologia que transforma a energia da pisada do atleta em impulso para o próximo passo. A mudança deve fazer com que o sistema de amortecimento de tênis feitos para atletas de corrida se transforme.
“Existe uma preocupação em setorizar o tipo de calçado. Para provas mais longas, é preciso mais absorção, mas o atleta precisa de um tempo menor de contato com maior velocidade. Sabe-se hoje que o atleta tem de correr de forma mais rápida consumindo a menor energia possível”, afirma Irineu Loturco, diretor do Núcleo de Alto Rendimento, voltado para o treinamento de atletas de elite.
A proliferação dos tênis responsivos para o mercado ainda não atingiu as duas principais marcas do segmento: as japonesas Asics e Mizuno seguem apostando nos calçados com amortecimento, depois de já terem flertado em produzir calçados com um sistema que devolvesse energia.
Já a Nike continua a investir no modelo Flyknit, que introduziu o calçado sem costuras e mais leve para os corredores de longa distância, algo que virou regra.
Mas a tendência é que as demais sigam essa tecnologia. Por conta das patentes, todas ainda estão desenvolvendo o sistema.
“Foram cerca de nove anos de desenvolvimento, estudos e muito testes para chegarmos nessa tecnologia”, diz Rafael Gallego, que cuida do running da Puma.
Ao que tudo indica, a indústria de calçados de corrida deve mais uma vez passar por mudanças.