É compreensível o otimismo de marcas do universo das bicicletas. Com mais de 200 km de ciclovia construída nos últimos anos na maior cidade do país, o aumento do interesse do consumidor pelo meio de transporte será inevitável. Mas, infelizmente, as mudanças não devem ser imediatas.
Na última semana, a Prefeitura de São Paulo teve que derrubar uma liminar que barrava as construções de novas ciclovias. Por parte da população, houve resistência à nova política implantada. O incentivo ao uso de bicicleta, tão desejado em qualquer cidade do mundo, tomou rumo partidário.
Faltam, em São Paulo, duas culturas, no sentido de padrão de comportamento. A primeira se refere à cultura esportiva, tão pouco explorada no Brasil como ferramenta educacional. A segunda, claro, se refere ao próprio hábito do paulistano, tanto pela bicicleta quanto pelo uso do espaço público. Ao menos que haja um incentivo muito claro, o meio mais usual estará sempre em uma zona mais confortável.
Mas São Paulo está longe de ser uma grande exceção. O exemplo mais comum é o de Copenhague, onde 50% da população usa bicicleta. Entre os anos 1950 e 1960, quando uma política publica em prol do veículo foi implantada, houve uma enorme resistência da população. Bem mais recentemente, Londres e Nova York ainda sofrem para estabelecer a bicicleta como transporte de fato.
O tempo, no entanto, será útil para todos. E, quando esse for um mercado estabelecido, marcas com consistência na área estarão com um passo a frente. Com o lançamento de uma bicicleta, a Chevrolet já é um exemplo disso.