A Federação Paulista de Futebol (FPF) diz não ver problema em ter um patrocínio para os árbitros que apitarão as quartas de final do Campeonato Paulista das mesmas empresas que patrocinam um dos times que disputam a fase decisiva do torneio.
Na manhã da quinta-feira, a FPF anunciou datas e horários para os jogos das quartas de final do Paulistão Itaipava 2015. Com a mídia e os dirigentes reunidos, a entidade aproveitou para divulgar a parceria fechada com a Crefisa e a Faculdade das Américas (FAM), que servirá, entre outras coisas, para tirar os custos de arbitragem da conta dos clubes nas partidas decisivas.
Crefisa e FAM terão suas marcas expostas no uniforme dos árbitros das partidas decisivas do Campeonato Paulista. As duas empresas têm o mesmo dono, o empresário José Roberto Lamacchia.
O problema é que o mesmo empresário ja investe R$ 45 milhões num dos clubes envolvidos que está na fase final do torneio. No início do ano, a Crefisa anunciou patrocínio máster ao Palmeiras. Semanas depois, Lamacchia, que é palmeirense, ampliou os investimentos no clube e colocou a FAM no uniforme.
A decisão da Federação Paulista, no entanto, entra em conflito com as regras da Fifa para a arbitragem. A entidade que comanda o futebol não proíbe publicidade nos uniformes de árbitros, mas impõe uma série de regras.
Uma delas diz que o patrocínio só pode acontecer se não houver conflito de interesse. E, em relação a esse tópico, o documento da entidade é claro: o conflito fica claro quando a arbitragem tem o mesmo patrocinador de um dos times que está em campo.
Por meio de uma nota em seu site, a FPF disse que “não há nenhum tipo conflito de interesse” no acordo. Além disso, sustentou que “no entendimento da FPF”, a norma da Fifa “tem caráter de orientação no que diz respeito ao Campeonato Paulista”, sem ser, portanto, uma regra da entidade.
Nos anos 90, a FPF já havia testado diversas mudanças em seus torneios que não eram parte das regras do jogo, como parada técnica, árbitros auxiliares, área de impedimento, etc.
Agora, porém, é a primeira vez que confronta uma regra existente sobre as competições da Fifa.