Conhecido como pugilista ostentação, Floyd Mayweather gosta de exibir fotos com bolos de dólares em sua cama, protetor bucal personalizado ao custo de US$ 25 mil ou sua coleção de carros de luxo. O que o norte-americano, que fará no sábado a aguardada luta contra Manny Pacquiao, não pode ostentar é um conjunto de patrocinadores fortes.
Apesar de se manter na liderança na lista da Fobes dos esportistas mais bem pagos do mundo, os ganhos do atleta vêm basicamente das lutas. Na vitória contra o argentino Marcos Maidana, em 2014, ele recebeu US$ 69 milhões. No entanto, Mayweather não conta com nenhum patrocinador.
Pacquiao, por sua vez, irá ganhar € 2,07 milhões por publicidade em seu calção para o combate contra o norte-americano. E olha que o filipino sofreu com uma onda de deserções de patrocínios após as derrotas sofritas contra Timothy Bradley e Juan Manuel Márquez em 2012. O uniforme de Mayweather, por sua vez, estará limpinho.
A situação parece inusitada, já que o norte-americano conquistou por dez vezes o cinturão mundial em cinco categorias diferentes. O pugilista ostenta um cartel invicto em 47 lutas como profissional. O duelo contra Pacquiao valerá o cinturão dos médios-ligeiros do Conselho, Associação e Organização Mundial de Boxe (CMB, AMB e OMB).
Fora do ringue, a turbulenta vida pessoal do atleta inclui uma prisão por violência doméstica, além de ameaças a ex-empregados por supostamente haverem roubado joias de sua coleção.
Mayweather compensa a imagem ruim, que afasta os patrocinadores, com a capacidade de promover ao máximo suas lutas. Em 2006, o pugilista comprou seu contrato de seu antigo promotor, Bob Arum, hoje manager de Pacquiao.
A luta promete superar recordes anteriores ostentados pelo lutador: os 2,4 milhões de compradores do pay-per-view da luta contra Oscar de la Hoya, em 2007, e os € 138 milhões de direitos de TV e € 18,4 milhões de bilheteria no MGM de Las Vegas no combate contra Canelo Álvarez, em 2013.
Segundo os organizadores da luta, esse último recorde será o primeiro a cair. O MGM espera arrecadar US$ 74 milhões (€ 80 milhões) com a venda de ingressos ou US$ 14 milhões a mais do que o último Super Bowl (final da NFL, a liga de futebol americano). Estima-se que o evento deva arrecadar US$ 400 milhões, ficando 60% desse valor na conta bancária de Mayweather. Pelo jeito, o pugilista não precisará tão cedo arrumar patrocínios.