Guerrero já demonstra o peso que um jogador de destaque causa ao chegar em um clube. O Flamengo arrecada com o atleta e tem usado sua imagem dentro do possível. Sua contratação tem servido de contraponto ao péssimo momento esportivo vivido pela equipe do Rio de Janeiro.
Mas, infelizmente, o afago ao ego dos flamenguistas tem vida frágil. Especialmente com Paolo Guerrero, um ilustre desconhecido até a metade de 2012, quando o Corinthians o contratou para a disputa do Mundial da Fifa. O peruano chega com status alto, mas essa condição terá data de validade caso o resultado em campo não apareça.
O Flamengo sabe bem disso. Com Ronaldinho Gaúcho, esse sim um ídolo de fato do futebol, o amor foi breve. No início, uma multidão viu sua apresentação, suas camisas venderam, houve produtos licenciados. Após um ano, teve torcedor que quis arrancar o nome do atleta no uniforme adquirido.
O Grêmio, neste ano, viveu uma situação inusitada. Contratou Cristian Rodriguez, o Cebolla, do Atlético de Madrid. O atleta da seleção uruguaia chegou como ídolo. Teve recepção no aeroporto, apresentação na arena e até cebola frita em sua homenagem. Depois de 60 dias no clube, seu contrato foi encerrado.
Estão certos, claro, os clubes que querem arrecadar com contratações de peso. Mas isso não é suficiente. Para que um atleta engaje de fato um torcedor, ele precisa ser alçado à condição de ídolo. E isso, infelizmente, o marketing não faz sozinho. Ele pode apenas potencializar as emoções de um torcedor, mas, essencialmente, é o campo que gera paixões.