A goleada alemã sobre a seleção brasileira completou um ano nesta semana, e o clima de pessimismo foi predominante entre torcedores e imprensa. Mas há de se levar em conta que um placar tão elástico demanda tempo para qualquer equipe conseguir uma virada consistente. Não será em alguns meses que o futebol brasileiro deixará para trás décadas de atraso.
A primeira boa herança daquela partida é a sua constante lembrança. É difícil exigir mudanças quando boa parte dos agentes que regem o futebol entendem que está tudo bem. De maneira geral, o brasileiro é prepotente com a bola: nós somos os melhores do mundo nesse esporte. Não é bem assim. Estamos atrás dentro e fora de campo. E há sete gols que apontam essa direção.
Nos últimos meses, discutiu-se intensamente a MP do futebol, mais uma boa vitória. Práticas de boa gestão foram colocadas em pauta e, melhor ainda, com apoio de alguns poucos clubes, algo impensável poucos anos antes da Copa.
Neste ano, os Campeonatos Estaduais foram colocados contra a parede. Nunca se questionou tanto a má qualidade dos eventos de futebol no Brasil. Em paralelo, as novas arenas se dobram para se tornar mais atraentes aos torcedores.
E, ainda que por questões externas, o maior dirigente da bola no país está preso. Seu ex-vice, com a corda no pescoço. Nunca antes o excesso de incompetência e corrupção deixou a CBF tão fragilizada.
O jogo ainda está longe de ser virado, mas hoje o gol de Oscar já não está tão isolado quanto se pensa.