Cuba apostou todas as suas fichas nos últimos dias de disputa do Pan-Americano com as finais do boxe para superar o Brasil no quadro de medalhas. A estratégia não deu resultado, e o Brasil manteve o terceiro posto, atrás de EUA e Canadá.
Nos ringues, o plano até que foi bem-sucedido. Foram seis vitórias em 10 finais. Com os resultados no Canadá, os cubanos mantiveram a hegemonia no esporte. Na história do Pan, o país caribenho conquistou 90 ouros no boxe ou 47,6% do total.
Além do boxe, os cubanos levaram mais dois ouros no atletismo no sábado (25), um deles inesperado. Sem ser favorito, Richer Perez venceu a maratona, com o tempo de 2h17min04s. Com a vitória, o cubano quebrou a mais longa hegemonia da história dessa prova em Pans. O Brasil fora o vencedor das quatro edições anteriores.
A vitória parecia prever um dia de glórias. À noite, Yorgelis Rodríguez ganhou o ouro no heptatlo, deixando a brasileira Vanessa Spínola com a medalha de bronze.
As finais noturnas do boxe poderiam reverter a desvantagem em relação ao Brasil, que chegou a cair a míseros três ouros. Os pugilistas da ilha mostraram domínio, com três vitórias em cinco finais. Lázaro Alvarez (-60 kg), Julio La Cruz (-81 kg) e Lenier Pero (+91 kg) triunfaram. Mas as derrotas de Yosbany Veitia (-52 kg) e Roniel Iglesias (-69 kg) e a boa campanha dos brasileiros no dia asseguraram o terceiro posto aos sul-americanos.
Com investimentos expressivos em esporte a ilha de Fidel ascendeu ao posto de segunda potência da América no Pan de Cali-1971. Em Toronto, 44 anos depois, os cubanos terão que se conformar com a quarta colocação no quadro de medalhas. A última vez que isso ocorreu foi justamente no Canadá, em Winnipeg-1967, com o top 3 sendo ocupado pelos mesmos rivais de Toronto: EUA (1º), Canadá (2º) e Brasil (3º).