A relação de patrocinador e patrocinado não se dá numa linha reta.
O sucesso de qualquer parceria comercial depende diretamente de um terceiro elemento para chegar ao público: a imprensa, geralmente relegada a um segundo plano na formação do triângulo. Sem divulgação não há exposição. E a forma como a entrega para a midia é realizada é crucial para se ter bons resultados.
Por mais que o discurso pareça batido, ainda há quem marginalize o papel dos meios de comunicação na distribuição do seu produto.
E no futebol, campeão de amadorismo no marketing esportivo, isso fica ainda mais latente.
A repercussão dos casos de corrupção que abalaram o futebol há dois meses, com cobertura intensa da imprensa mundial, fez com que os patrocinadores cobrassem transparência da Fifa. As manchetes não deram trégua um único dia sequer desde o estouro da crise, em 27 de maio, com a prisão de seis dirigentes, entre eles José Maria Marin.
O resultado foi um período sabático da entidade na busca por novos parceiros comerciais, anunciado na última semana. As negociações só serão retomadas em fevereiro do ano que vem, quando Joseph Blatter sair pelos fundos da sede do organismo que regula o futebol mundial em Zurique, na Suíça.
A etiqueta de Quarto Poder é, de fato, um tanto pretensiosa e megalomaníaca, mas nem por isso precisa ser colocada para escanteio na hora de colocar uma marca na linha de frente de um produto muitas vezes retrógrado, corrupto, e desrespeitoso nos bastidores como o futebol.