Oportunidade rara em um mercado em crescimento com a vinda dos megaeventos ao Brasil, o NBB Marketing Meeting, realizado ontem, em São Paulo, deve ser encarado como sinal de crescimento do mercado brasileiro, mas também dá pistas sobre o patamar em que o país se encontra na relação entre esporte e empresas.
O evento, organizado em conjunto por LNB (Liga Nacional de Basquete) e NBA, é pioneiro ao promover um encontro entre ligas esportivas e seus financiadores. Para quem já possui relação comercial com a modalidade, foi a chance de estudar ativações desenvolvidas pela principal liga de basquete do mundo.
Particularmente foram interessantes as palestras de Gustavo de Mello e Pam El, membros da diretoria de marketing da NBA, não por trazer grandes novidades em conceitos, mas por apresentar cases interessantes.
Para as companhias sem ligação com o basquete, o evento sem dúvida serviu para prospectar uma aproximação e mostrar as possibilidades da que é hoje a principal liga independente do Brasil.
Até os intervalos entre as palestras pareceram milimetricamente estudados, e os shows dos Ginasloucos (grupo que faz acrobacias enterrando a bola na cesta) e do Man Jackson (cover do rei do pop que se apresenta com uma bola laranja), serviram como diversão, sem aborrecer a plateia com intervalos excessivamente longos.
No fundo, o que a NBA quis dizer ao Brasil foi: tratem o esporte como um grande barato. É isso o que o público procura no ginásio ou na TV. Uma grande curtição. São esses alguns dos valores que as empresas vão conquistar em sua relação com o esporte: a leveza, o lúdico, o entretenimento.
Outras modalidades e ligas deveriam pensar em ações semelhantes para apresentar seus valores e prospectar patrocínios, discutindo formas de ativação. A menos de um ano para a Olimpíada, o evento de ontem pode ser encarado como pioneiro, o que também é preocupante. Sinal de que ainda temos muito a amadurecer.