A seleção brasileira de futsal entra em campo nesta terça-feira (22) contra Portugal, no Castelão, em Fortaleza (CE), com objetivos que transpassam a esfera esportiva: além da vitória em campo, o time tem a missão de resgatar a imagem institucional da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS).
É a segunda vez em um ano que a nova gestão da entidade promove uma partida em estádio de futebol. Em setembro de 2014, o confronto contra a Argentina do Mané Garrincha (DF) registrou o maior público da história da modalidade no país. No total, 56 mil pessoas assistiram à vitória do Brasil por 4 a 1.
“A CBFS passa por uma fase de reestruturação, a antiga direção não foi benéfica para o esporte. Estamos lutando para nos reerguer. Esse tipo de evento melhor a imagem da entidade, traz benefícios tanto institucionais quanto financeiros. É preciso aumentar o poder de entrega aos patrocinadores para ter sucesso neste caminho”, avalia Bernardo Caixeta, executivo de marketing da CBFS.
Atualmente, a confederação tem o patrocínio da Penalty e recomeça, aos poucos, a ter credibilidade no mercado. O Itaú já fechou contrato para o Mundial feminino de 2016, ano para o qual a entidade negocia outros três contratos, baseados em um novo planejamento de marketing a ser divulgado dentro de dois meses, aproximadamente.
“Não é fácil pegar uma entidade tão desestruturada, mas aos poucos vamos conseguindo algumas vitórias. Já temos a confirmação da manutenção das três datas na Globo no ano que vem, dentro do Esporte Espetacular. É ano olímpico, então é um grande acordo”, revela Caixeta.
A CBFS passa por grave crise de imagem. Após ter o balanço financeiro reprovado, o ex-presidente Renan Tavares adiantou o pleito de sucessão e foi substituído por Marcos Madeira. O craque Falcão chegou a apoiar uma das chapas da eleição, mas desistiu de participar após o anúncio de uma aliança entre Madeira e Louise Bedé, ex-vice da organização.
Em carta divulgada nas redes sociais, o atleta do Brasil Kirin chegou a afirmar: “Não acreditamos nessa gestão”. Em julho, contudo, o jogador convocou coletiva de imprensa para anunciar que estava selando as pazes com a CBFS. “Talvez o único erro é que esse dia poderia ter acontecido antes. A confederação nos procurou na semana passada e colocamos algumas situações que achamos benéficas ao esporte, nunca nos preocupamos individualmente. Talvez o único erro nosso nessas farpas que trocamos foi justamente a distância muito grande entre nós. Não precisava ter ocorrido”.
O fim do boicote de mais de 50 atletas à seleção brasileira, contudo, não deverá ser comemorado com novo recorde de público. Segundo Bernardo Caixeta, a meta de 63 mil pagantes não será batida em razão da data do amistoso, terça-feira à noite. O jogo no Mané Garrincha aconteceu em um domingo. Os ingressos estão à venda por R$ 10 e a CBFS só divulgará a arrecadação três dias após a partida.