O escândalo que derrubou J. Hawilla e a Traffic começa a abrir espaço para novas forças no futebol no continente sul-americano.
Neste mês, a agência MP&Silva começou a sondar o mercado com um projeto para criar a “Liga dos Campeões da América”, que seria uma competição com 64 clubes da Concacaf e Conmebol, entidades líderes nas Américas.
O projeto, ao qual a Máquina do Esporte teve acesso exclusivo, prevê a distribuição de US$ 440 milhões em prêmios para os clubes participantes, sendo que o mínimo garantido para a disputa da competição é de US$ 5 mi.
A proposta não é novidade. Em 2001, esse era o grande sonho de J. Hawilla para frear a força da Globo e Fox nos direitos de transmissão da Copa Libertadores. Hawilla chegou a dizer que faria a Copa Pan-Americana, com times dos EUA e convite a quatro equipes brasileiras. O projeto, porém, fez água com a quebra da emissora de TV que estava por trás do negócio, a PSN.
Agora, sem Hawilla no mercado, a MP&Silva tenta recriar o projeto. O “inimigo”, porém, é outro. A Fox Sports é quem domina a maioria do mercado de transmissão da Libertadores, o que não abre espaço aos negócios da MP&Silva na região. A história da agência é com a compra e a revenda de direitos de mídia de eventos esportivos.
As negociações têm sido conduzidas por Riccardo Silva, fundador da agência. Ele esteve recentemente no Brasil. Sondou alguns clubes. A proposta da MP para pagar tanto aos clubes é baseada no interesse da mídia pela compra dos direitos do torneio.
No projeto, a liga seria gerenciada pela MP&Silva, o que acabaria com a força de Conmebol e Concacaf, além da Fox, que hoje detém 70% da T&T, dona dos direitos sobre a Libertadores.
A liga poderia abrir espaço para um novo player de mídia na região. A beIN Sports, braço da Al-Jazeera, tem interesse no mercado da América Latina, mas não tem um produto forte o suficiente para isso. Silva é amigo do dono da emissora, Nasser Al-Khelaifi. Eles foram sócios na entrada da beIN na Ásia, via MP&Silva.
Recentemente, Riccardo Silva ganhou espaço no noticiário ao anunciar sociedade no Miami FC, time de futebol que tem o ex-jogador italiano Paolo Maldini como sócio minoritário. O executivo da MP&Silva é detentor de 50% do clube.