O Ministério do Esporte tornou público, pela primeira vez, um balanço do uso dos recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, que em 2015 completa oito anos.
Segundo dados da pasta, desde sua criação, em 2007, a Lei gerou o investimento de R$ 1,3 bilhão em quase 10 mil projetos.
Desse valor, metade foi destinada para o estado de São Paulo, líder em arrecadação pela lei.
Entre 2007 e 2014, os projetos com origem paulista receberam R$ 593,5 milhões em recursos, segundo consulta feita pela Máquina do Esporte no site do Ministério. O estado é, com folga, o que mais captou recursos pela lei, tanto que o líder do ranking é o Clube Pinheiros, baseado na capital, com R$ 72,8 milhões captados.
Além da soberania paulista, a lei mostra que o esporte de alto rendimento recebe a maioria dos recursos destinados.
Segundo o ministério, de 9.924 projetos que obtiveram recursos pela Lei de Incentivo, 50% eram relacionados ao esporte de alto rendimento. O desporto educacional representaram 27% das propostas, enquanto o desporto de participação era 23% do total.
Essa realidade também se revela na disposição do ranking dos maiores recebedores de recursos.
O Instituto Esporte Educação, presidido por Ana Moser, captou R$ 47,4 milhões, investidos no desporto educacional. É a única exceção entre os primeiros lugares, quase todos voltados para o alto rendimento.
O terceiro da lista é o Minas Tênis Clube, segundo maior clube do país, de Belo Horizonte, com R$ 47,1 mi. Com R$ 39,9 mi está o Instituto Passe de Mágica, da ex-jogadora de basquete Paula, que usou boa parte da verba para investimentos da Petrobras em atletas olímpicos, no ciclo pré-Jogos de 2012.
Já o quinto lugar é do Círculo Militar, com verbas de R$ 35 mi, boa parte em projetos que envolvem atletas profissionais que participam de competições internacionais como militares. As posições seguintes são ocupadas pela Confederação Brasileira de Judô (R$ 33 mi) e pelo Comitê Olímpico do Brasil (R$ 31 mi).
Em conversa com a Máquina do Esporte, o gerente administrativo do Minas, Marcus Magalhães, enalteceu o trabalho do clube.
“Na verdade, somos o primeiro clube do Brasil. Quem está em São Paulo não conta”, brincou.
Os números comprovam isso. Minas Gerais é um dos locais com maior uso da lei. O estado captou praticamente 10% de todo o valor investido: R$ 140 milhões, em mais de 1.400 projetos.
O número é irrisório quando comparado ao que foi captado pelos projetos de São Paulo.