Após a crise política que culminou na renúncia de Carlos Miguel Aidar há duas semanas, Carlos Augusto de Barros e Silva, conhecido como Leco, foi eleito na noite d última terça-feira (27) presidente do São Paulo até 2016.
O novo comandante são-paulino teve 138 votos, contra 36 do candidato da oposição, Newton Luiz Ferreira. 19 dos 193 conselheiros que compareceram à sede do clube votaram em branco.
Leco era presidente do Conselho Deliberativo durante a gestão de Aidar, que deixou o clube no dia 13 de outubro, um ano e meio após suceder a Juvenal Juvêncio e teve sua gestão marcada por polêmicas.
A saída do dirigente poderá gerar uma devassa sobre os negócios feitos pelo São Paulo no último ano, quando ele esteve à frente do clube. Além de um pente fino sobre negociações de jogadores, o contrato de fornecimento de material esportivo com a Under Armour deverá passar por análise.
No discurso de posse, Leco falou em renovação e apuração de todas as denúncias que pesam sobre Aidar.
“Esta será uma gestão de reconstrução. Não vamos governar de olho no retrovisor. O que nos anima e move são os desafios do futuro. Mas também não vamos condescender com nenhum ato lesivo ao São Paulo. Todas as denúncias, absolutamente todas, serão apuradas no fórum adequado, que é este conselho soberano e sua comissão de ética”, afirmou o presidente do São Paulo, de 77 anos.
Em dezembro de 2014, a Máquina do Esporte revelou que o São Paulo chegou a fechar com a Puma, mas o acordo foi desfeito por divergências em relação a um pagamento de comissão a Cinira. A própria fabricante afirmou que se recusou a pagar pela comissão, alegando que não ocorrera qualquer intermediação no acordo.
Meses depois, o São Paulo anunciou acordo com a Under Armour, que substituiu a Penalty após o término do Paulistão.
Além da polêmica da comissão a Cinira, o acordo com a Under Armour sofre questionamento por uma comissão de R$ 18 milhões que ainda não foi paga para a empresa Far East, de Hong Kong, que teria intermediado o negócio.
Em e-mail, Ataíde Gil Guerreiro disse ter gravação de Aidar confirmando que o negócio teria sido feito por Douglas Schwartzmann, vice-presidente de marketing, e que seria um meio de o dirigente receber propina pelo contrato.