O GP Brasil de Fórmula 1 rende a São Paulo menos de 20% do que a Maratona de Nova York, realizada no último domingo, gerou para os norte-americanos. Mesmo assim, a etapa brasileira da principal categoria do automobilismo ainda é o principal evento esportivo da capital paulista.
Segundo dados da SPTuris, a empresa municipal de turismo e eventos, que administra o autódromo de Interlagos, o evento gerou R$ 296 milhões em turismo para a cidade no ano passado. Mesmo em ano de retração econômica, esse nível deve ser mantido para este ano. A corrida nova-iorquina, por sua vez, gerou R$ 1,6 bilhão para a cidade ou 440% a mais.
O gasto médio aumentou 222% em dez anos. Em 2004, os turistas gastavam em média R$ 930 durante sua estadia em São Paulo. No ano passado, esse índice chegou a R$ 3.000. “Essa diferença e crescimento acompanhou a inflação acumulada na última década”, afirmou João Mihalik, gerente da SPTuris.
A empresa monitora, ano a ano, o perfil do público que acompanha o GP Brasil. Segundo a empresa, o torcedor médio é homem, com cerca de 35 anos e ensino superior completo. Da plateia que acompanha a corrida, 40% vem de fora de São Paulo, sendo 15% estrangeiros. Entre os turistas menos habituais a virem para a cidade, mas comuns durante a F-1 estão indianos, escoceses, dominicanos, sul-africanos, tchecos e angolanos.
O número de idosos (pessoas com mais de 60 anos) que acompanham o evento aumentou de 1,1% (em 2004) para 7,24% há dois anos. Os torcedores também têm usado menos o carro para assistir à corrida de monopostos. Em 2004, 58% do público chegava a Interlagos de automóvel. Uma década depois, esse número caiu para 39%.
“Os fãs de automobilismo continuam acompanhando a categoria e fazem questão de ir ao evento. Por isso, é natural que o público esteja amadurecendo e também usando mais o transporte público”, analisa João Mihalik, gerente da SPTuris.
Segundo dados da SPTuris, quase 30% do público foi ao autódromo de ônibus e 20% viajou de trem. “Com a inauguração da estação Autódromo do trem da CPTM, em 2007, as pessoas têm tido mais consciência ao preferir o transporte coletivo em detrimento do carro particular para ir a Interlagos”, afirmou Mihalik.
A permanência média dos visitantes ficou em quase três dias. Nos dois últimos anos, dois terços dos turistas ficaram hospedados em hotel ou flat. Como atrativo adicional, 19% do público afirmou que aproveitou a viagem a São Paulo para fazer compras.