O futebol brasileiro tem passado por profundas mudanças neste ano. O processo era mais esperado com a proximidade da Copa do Mundo, mas acabou acontecendo por vias tortas, um ano depois. E a última alteração significativa foi a saída de um dos nomes mais importantes desse meio: Marcelo Campos Pinto.
Seu nome era tão respeitado no meio que não era incomum especulações quanto uma possível mudança de lado do executivo. Campos Pinto era nome cotado para CBF, Liga e qualquer outra coisa que envolvesse gestão no esporte.
Independentemente do motivo que o levou a se afastar, o fato é que esse momento chegou, e chegou junto com uma série de outros nomes poderosos. Em um ano, a CBF desmoronou, e a Globo perdeu a velha guarda de comando.
Na primeira medida da nova direção, uma relação que parece mais distante e mais profissional com os clubes. E, de alguma maneira, assim também acontece com as entidades esportivas.
Não por acaso, surgem nesse momento um Federação Paulista preocupada em se distanciar de Del Nero e uma Liga independente comandando um torneio paralelo aos Campeonatos Estaduais.
Marcelo Campos Pinto dominou o futebol, mas esse domínio sempre foi mais benéfico à Globo, em detrimento do desenvolvimento do esporte. Não é demérito; ele era, e ainda é, funcionário da emissora.
No entanto, chega-se a um ponto que, aparentemente, até a Globo percebe a necessidade de uma relação que envolva uma maior sinergia entre as duas partes. A sustentabilidade do futebol exige que haja uma maior compreensão entre os agentes envolvidos.
Isso nunca ficou tão em evidência quanto o que acontece hoje.