A criação de um comitê para negociar direitos de transmissão indica a primeira mudança da Globo em relação à negociação dos direitos de transmissão. O estilo centralizador de Marcelo Campos Pinto, que muitas vezes tomava a decisão para depois comunicar à emissora, acabou.
E a escolha de um executivo da Globosat para tomar conta da Globo Esportes indica que haverá uma maior integração entre as TVs aberta e paga nos próximos anos também para o futebol. A colocação de Pedro Garcia no comando da área de esportes é o primeiro indício dessa nova condição. O executivo tem gran- de experiência na área de pay-
-per-view, sendo responsável pela gestão do Premiere e do Comba- te, duas das principais fontes de receita da TV paga atualmente.
Além de Garcia, quem deve ganhar maior protagonismo na estrutura da emissora é Fernando Manuel Pinto, que hoje cuida da compra de direitos de transmis- são para os canais Sportv. Com a ida de Garcia para a TV aberta, a chance de ele se tornar o executi- vo responsável pelas negociações dos direitos torna-se ainda maior.
Todas essas mudanças aproximam ainda mais as TVs aberta e paga. Essa integração já é mais comum nos outros esportes, em que Marcelo Campos Pinto não atuava. Esse segmento já tinha uma conversa maior entre Sportv e Globo para discutir a compra de direitos e a posterior exibição, tanto na TV aberta quanto na fechada, dos eventos esportivos.
A Olimpíada de 2016 é o primeiro megevento da Globo sem Campos Pinto à frente. Roberto Marinho Neto, neto do fundador da emissora, é quem está liderando esse processo. No futuro, ele pode também vir a assumir o comando da estrutura do futebol.