Foi Roberto de Andrade o responsável por erguer a taça de Campeão Brasileiro no último domingo. O presidente do Corinthians nunca pisou em campo, mas foi um dos principais responsáveis pela vitória do time.
Andrade, certamente, tem o que comemorar. O atual presidente do Corinthians nunca foi oposição, mas ficou encarregado de levantar o time após um período de sucessivos erros de seu antecessor, Mário Gobbi.
Ao assumir o time, havia uma situação financeira delicada, com direitos de imagem de jogadores atrasados, com um estádio inacabado e com receitas em declínio. Ao levantar a taça, Andrade deixou alguns fantasmas para trás.
Em outubro, após abrir mão de nomes como Paolo Guerrero e não contratar nenhuma grande figura, as pendências com o elenco foram acertadas. O time, blindado com Tite, foi campeão brasileiro com facilidade. Foi o presidente que bancou o retorno do treinador.
Parte desse sucesso pode ser entendido pela diretoria de marketing criada, liderada pelo publicitário Marcelo Passos. Com diálogo aberto ao mercado, o time fechou novos patrocínios e garante ter uma situação mais confortável para 2016. E, segundo Andrés Sanchez, ex-presidente e homem forte da gestão de Andrade, o naming right da Arena deve ser apresentado no fim deste ano.
A arena, por sinal, sofreu ajustes na precificação de tíquetes, o que garantiu ao clube jogos seguidos com ingressos esgotados e a maior média de público do Brasileirão. Paralelamente, o Corinthians ganhou 70 mil sócios no ano e consolidou o programa Fiel Torcedor como um dos mais bem-sucedidos do país.
Nem tudo, claro, deu certo. O clube foi, por exemplo, envolvido em reclamações públicas das franquias de lojas oficiais, que faliram em dezenas. E, no fim do ano, haverá um déficit de R$ 30 milhões nas contas corintianas.
O número é alto, mas longe do aumento de R$ 100 milhões nas dívidas do clube, legado do último ano de Gobbi.
Levantar a taça no domingo foi, sem dúvida, um grande esforço para Andrade.
