Como uma companhia que tem crescido 200% ao ano mantém o ritmo acelerado? Para a Petrorian, empresa que produz equipamentos para lutas, o segredo está no foco do fortalecimento da marca para além do universo diretamente ligado ao MMA, seu principal mercado e que tem dado novos consumidores no Brasil.
A medida adotada foi a criação de uma loja na Oscar Freire, rua de comércio de luxo em São Paulo. Segundo um dos donos da Pretorian, Ruy Drever, essa é uma maneira de se estabelecer no mercado. “Em termos financeiros, ela tem dado um retorno satisfatório, mas em termos de imagens, o ganho é muito maior”, afirmou em entrevista à Máquina do Esporte.
A loja na Oscar Freire é um modo da Pretorian ativar alguns de seus recursos. Além de comercializar a linha casual, a empresa usa o espaço como academia de MMA, onde faz relacionamento com seus atletas patrocinadores, como Júnior “Cigano” dos Santos, José Aldo e Thiago Tavares.
Na luta contra entre Cigano e Cain Velásquez, a Petrorian deu uma mostra da importância colocada ao planejamento em se tornar uma grife da MMA. A marca fez uma parceria com a Nike e personalizou um tênis da empresa americana para o lutador. O foco já está definido: mercados da América Latina, na Europa e na Ásia.
Leia a entrevista na íntegra:
Máquina do Esporte: Como a Pretorian vê o crescimento do UFC e do MMA no Brasil?
Ruy Drever: O UFC é a Fórmula 1 do MMA. Nós entendemos que estar junto com o UFC nos dá visibilidade para o mundo inteiro, não é algo que podemos abrir mão. No Brasil, o esporte já vinha crescendo, e agora terá maior visibilidade com a chegada da Rede Globo.
ME: O quão importante é a chegada da Globo no UFC?
RD: A Globo vai despertar um interesse maior na população e vai levar as lutas para quem era leigo no MMA. A Globo tem o poder de chegar em todo mundo, em todas as classes sociais, de um porteiro do prédio até um alto executivo. O MMA deixa de estar em um público específico para passar a fazer parte do cotidiano das pessoas.
ME: E isso tem representado aumento de venda para a Petrorian?
RD: As vendas vêm aumentando ano a ano, então não temos como medir a diferença que fez o crescimento do MMA no Brasil. Tivemos um aumento de 200% do último ano para esse, um número que vem se repetindo. É difícil associar esse momento às vindas do UFC para o Brasil. Talvez esse apelo da modalidade no país tenha ajudado a sustentar esse crescimento.
ME: E como manter esse ritmo?
RD: Há nossa loja na Oscar Freire. Temos apostado na roupa casual nessa loja. Em termos financeiros, ela tem dado um retorno satisfatório, mas em termos de imagens, o ganho é muito maior. Até porque o prédio tem um segundo andar em que nós temos uma academia, em lugar nobre de São Paulo. O lugar é aberto para clientes, além de darmos aulas de modalidades de lutas. Nossos atletas patrocinados fazem treinos nessa loja e trazem esse relacionamento com os clientes.
ME: Qual tem sido a linha de marketing da loja?
RD: Fazemos ativações comerciais em mídia impressa, em site e em redes sociais. Fazemos ações em postos de vendas, chamando o consumidor para as lojas. Fazemos promoções com nossos patrocinados, com sorteio de luvas autografadas.
ME: E como vocês usam o Cigano?
RD: O Cigano é o nosso único atleta peso-pesado. Ele foi uma aposta nossa, é uma personalidade alinhada com o que nós esperamos para a empresa. Ele foge de polêmicas, está associado a uma vida de atleta. Temos também o José Aldo, outro nome forte que está conosco. Com os atletas, fazemos seminários, dias de autógrafo, eventos, festa.
ME: Quais são os próximos passos da marca?
RD: O investimento ficará no modelo da loja da Oscar Freire. Faremos abertura de novas lojas, com um sistema de franquia. A ideia é ampliar o modelo para outros mercados, na América Latina, na Europa e na Ásia, algo que queremos fazer já no primeiro semestre de 2012. Em paralelos, vamos lançar uma nova linha de produtos casuais.
ME: Vocês fizeram uma parceria com a Nike para Cigano. Foi um fato isolado?
RD: Não. Nós estamos desenvolvendo uma parceria com Nike, seguindo a linha do que fizemos com Cigano. Queremos fazer confecções em modelos da marca, fazer disso algo mais frequente. A Nike não é nossa concorrente. Nossa concorrência vem de marcas específicas para lutas.