A geografia do sócio-torcedor no Brasil foi alterada em 2015. Agora, a hegemonia mora no Estado de São Paulo, especialmente com Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Juntos, o “trio de ferro” une 342 mil associados, quase um terço do número total apresentado pelo Movimento por um Futebol Melhor. Hoje, os três estão entre os cinco primeiros clubes do país nesse quesito. Corinthians e Palmeiras lideram a lista.
E esse é um fenômeno recente. Até este ano, os três clubes oscilavam no número de associados, sem obter grande êxito. Em 2015, porém, ninguém ganhou mais associados do que os três times paulistas. Ao todo, foram cerca de 175 mil inscritos na última temporada.
Em comum, os três têm planos baratos, entre R$ 9 e R$ 12. A iniciativa, aliás, foi algo que surgiu neste ano. Enquanto alguns clubes conseguem faturar mais com mensalidades altas, os paulistas resolveram priorizar o maior número de cadastrados, com possibilidades de ganhos paralelos. O principal deles, claro, a maior presença do público nos estádios.
Para aqueles que moram distante de São Paulo, a mensalidade mais em conta se tornou apelativa graças aos benefícios diversos oferecidos pelo próprio Movimento por um Futebol Melhor.
Esse, aliás, é um fato que altera a composição geográfica do quadro de sócios. Até o ano passado, era Minas Gerais o grande exemplo do Movimento. Tanto Atlético Mineiro quanto o Cruzeiro usavam o programa para obter novas receitas, e os torcedores do estado abraçaram a ideia. Hoje, São Paulo tem dividido esse mérito.
A segunda questão é o fim, por ora, da hegemonia gaúcha entre os líderes de sócios no Brasil. Na verdade, se a prática deu certo no país, muito se deve ao sucesso do Internacional, que fez a aposta há mais de uma década. O Grêmio o seguiu, e ambos lideravam o ranking até o início do ano. Os paulistas, porém, mudaram a balança de lado ao longo do ano.