A Telefónica já anunciou que pretende apostar nos conteúdos esportivos para potencializar sua oferta audiovisual, e não apenas na Espanha, seu país de origem. O grupo de telecomunicação, dono do canal Telefé na Argentina, aproveitou a nova política de abertura imposta pela gestão de Maurício Macri, eleito no ano passado, e comprou um dos pacotes de direitos transmissão do programa Futebol Para Todos.
O projeto estatizou os direitos de transmissão do Campeonato Argentino. Recém-empossado, Macri aprovou uma injeção adicional de 120 milhões de pesos (R$ 34,94 milhões). Com isso, os direitos de TV do torneio subiram 16%, atingindo o valor de R$ 586 milhões.
Agora, Telefé e também o Canal 13, do grupo Clarín, assumirão € 12,2 milhões em conjunto para poder oferecer os jogos de River Plate, Boca Juniors, Independiente e Racing, segundo o jornal local El Cronista.
O acordo, contudo, poderia ser impugnado por algumas operadoras de TV, e provocará a contratação de plataformas pagas para ver o campeonato nacional. Onde o sinal destes canais não chegar, a televisão pública ficará encarregada de retransmitir os encontros, assegurando a máxima cobertura do torneio.
Os direitos de TV na Argentina estão nas mãos do Estados desde 2009. O pagamento é feito para a AFA (Associação de Futebol Argentino), que toma parte desse valor para financiar suas atividades e repassa o restante para os clubes.
Para este ano, já se sabe que serão destinados € 128,5 milhões para que o atual esquema se mantenha temporariamente. Macri, que já presidiu o Boca Juniors, quer abrir as transmissões a operadoras privadas e lançar um serviço premium para melhorar a qualidade na TV aberta. Por outro lado, a Casa Rosada quer acelerar a venda dos direitos de televisão no exterior, aumentando a injeção de dinheiro no futebol argentino.
O intervalo comercial, antes utilizado pelo Governo de Cristina Kirchner para propaganda, será aberto para empresas, com o objetivo de arrecadar outros € 34 milhões.