O fenômeno dos rodeios no Brasil pode ganhar novo patamar. A Professional Bull Riders (PBR) tem novo plano para ganhar o país. Com o dólar valorizado, a liga de montaria de touros planeja um evento próprio no país e um acordo de transmissão na TV.
Jim Haworth, presidente da PBR, falou com a Máquina do Esporte durante passagem por São Paulo Ele fala sobre a necessidade de eliminar a associação de maus tratos aos animais dos rodeios e dos planos para o país.
Máquina do Esporte: Qual é a importância do mercado brasileiro para a PBR?
Jim Haworth: Nossa origem está nos Estados Unidos, como uma liga profissional, em 1992. Vinte montadores quebraram o tradicional rodeio porque eles sabiam que tinham algo de especial. E cada um deles investiu US$ 1 mil para começar a PBR. Desde então, saímos dos Estados Unidos para operar em cinco países diferentes. E em oportunidade de crescimento, vemos o Brasil como o país mais importante. Além disso, dos dez melhores atletas da PBR, sete são brasileiros. Então o Brasil também é importante no desenvolvimento de novos talentos.
ME: A IMG comprou a PBR no ano passado. O que mudou desde então?
JH: Em 2007 nós tínhamos um produto que recebeu investimento da Spire Capital Partners. A Spire nos permitiu ter um capital de investimento para ter um site, uma propriedade de televisão, meios para que nós pudéssemos ter mais exposição com o esporte. Então foi construída uma base muito boa, o que nos levou a um negócio mais sofisticado do que nós tínhamos. A IMG pode conseguir patrocínios com a PBR em seus 25 escritórios espalhados pelo mundo. Eles vendem direito de TV, representam estrelas e celebridades do esporte. Então com toda essa sinergia desse negócio, nós esperamos que eles possam nos levar a lugares que nós não ocupávamos antes.
ME: É difícil conseguir patrocínio para um esporte que ainda levanta polêmica por maus tratos a animais?
JH: A coisa mais importante é que nós não maltratamos animais. Nós somos um esporte que coloca um animal de 1 tonelada contra um homem de 70 kg. Há aquele mito que nós amarramos os testículos dos touros. Isso não acontece! Para nós, para nossos fãs, isso é claro é todos entendem. Mas a questão é que esses animais/atletas têm um grande valor para nós.
ME: E como deixar isso claro para patrocinadores e público?
JH: O que nós mais fazemos é chamar para ver. Veja com seus próprios olhos. Há um grupo que nós nunca convenceremos, mas o resto que vê e entende como funciona será fã o resto da vida.
ME: Isso funciona nos Estados Unidos?
JH: Se você olhar para os nossos patrocinadores nos Estados Unidos, verá que temos 45 companhias. Ford, a Cidade de Las Vegas, Monster Energy Drink, Wrangler… Se eles tivessem qualquer problema com isso, eu te prometo, elas não estariam envolvidas.
ME: Como crescer no Brasil?
JH: Nós temos um ótimo público ao vivo. Agora nós temos que fazer os eventos, e já temos 25 no Brasil. Temos que procurar meios de continuar crescendo ao vivo. A segunda questão é a cobertura da mídia e das redes sociais. Temos que pensar em como conseguir mais exposição e fechar patrocínios maiores.